Unasul condena morte de político em ato de campanha a poucos dias das eleições e pede investigação sobre o caso
CARACAS — Um político opositor venezuelano foi assassinado na quarta-feira durante um ato de campanha dias antes das eleições parlamentares no país, informou seu partido, o Ação Democrática (AD). Luis Manuel Díaz estava no palanque na cidade Altagracia de Orituco, estado de Guáricode, quando foi atingido pelos tiros disparados por um carro em movimento. Ao seu lado, estava a esposa do líder da oposição Leopoldo López, Lilian Tintori, que ofereceu condolências à família de Dias.
“Acaba de ser assassinado por tiro com arma de fogo Luis Manuel Díaz, secretário-geral da Ação Democrática de Altagracia de Orituco“, no estado de Guárico, escreveu o deputado opositor Henry Ramos Allup no Twitter.
Allup denunciou que partidários do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) estariam envolvidos no crime, mas não apresentou provas para reforçar as acusações. A coligação do governo ainda não fez comentários sobre o caso. Mas na quarta-feira, o presidente do Parlamento e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, chamou de “montagens” os ataques denunciados recentemente pela oposição.
— A nova moda é: grupos armados do chavismo atacaram não sei quem. Esta já conhecemos — disse Cabello em seu programa semanal de televisão, onde também repreendeu Macri por pedir a suspensão da Venezuela no Mercosul.
A missão de observação eleitoral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), instalada na Venezuela desde a semana passada, lamentou em um comunicado a morte do opositor e expressou repúdio a todo tipo de violência que possa afetar o processo eleitoral. A organização também pediu uma investigação do caso, com o objetivo de evitar a impunidade.
Os venezuelanos comparecerão às urnas em 6 de dezembro para escolher os 167 deputados de uma Assembleia unicameral, controlada pelo chavismo há 16 anos. De acordo com várias pesquisas, a opositora MUD – da qual faz parte o partido Ação Democrática – lidera as intenções de voto com uma vantagem de 14 a 35 pontos, mas o presidente Nicolás Maduro afirma ter um “voto firme” de 40%.
“Exigimos una investigação imediata, profunda, profissional e independente”, disse a MUD em um comunicado.
A coligação já havia acusado o governo antes de estimular a violência na campanha. Durante o final de semana, um grupo da oposição foi atacado a tiros por homem encapuzados durante um evento de campanha em Caracas. Os dirigentes apontam que os criminosos seriam simpatizantes do governo.
Tintori, que está em uma turnê nacional denunciando abusos contra os direitos civis e divulgando o caso de seu marido, disse que iria dar mais detalhes nesta quinta-feira sobre o “terror, o assédio e a violência que sofremos do regime”.
“Hoje, eu sofri dois ataques”, escreveu ela no Twitter. “Nossas condolências à família Díaz.”
Fonte: oglobo
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