Taxa de novos casos da doença em sete dias supera marca de 200 a cada 100 mil habitantes pela primeira vez. Associação de professores alerta para perda de controle nas escolas.
A incidência de novos casos de covid-19 na Alemanha em sete dias atingiu a marca recorde de 201,1 a cada 100 mil habitantes, segundo divulgou nesta segunda-feira (08/11) o Instituto Robert Koch (RKI), a agência alemã para controle e prevenção de doenças. É a primeira vez que a taxa, usada para medir o estado da pandemia no país, fica acima de 200.
O recorde anterior na incidência de sete dias, de 197,6, havia sido registrado em 22 de dezembro de 2020, antes de a vacinação contra covid-19 começar no país.
Apesar de atualmente as vacinas estarem amplamente disponíveis, os casos de covid-19 estão aumentando no país. Neste domingo, a incidência de sete dias era de 191,5, e uma semana atrás, de 154,8.
Até agora, 67,1% da população foi completamente vacinada. Na semana passada, o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, afirmou que o país já entrou na quarta onda da pandemia de covid-19 e que, no momento, o país vive uma “pandemia dos não vacinados”.
Especialistas consideram, no entanto, que agora o sistema de saúde seja capaz de suportar mais infecções do que antes da vacinação, pois os imunizantes oferecem alta proteção contra casos graves da covid-19. Mesmo assim, médicos temem que, se a tendência de alta nos casos se mantiver, o número de pacientes internados em UTIs devido à covid-19 dobre nas próximas semanas.
Nesta segunda-feira, foram registradas 15.513 novas infecções pelo coronavírus no país, 5.855 a mais que há uma semana, segundo o RKI. Também foram reportadas 33 novas mortes relacionadas ao vírus.
No total, mais de 4,78 milhões de casos de covid-19 e 96.558 mortes foram oficialmente registrados na Alemanha.
Alerta sobre perda de controle nas escolas
Diante da alta constante de casos de covid-19 entre crianças e jovens, a Associação Alemã de Professores (Deutsche Lehrerverband) alertou para uma “perda de controle sobre a pandemia nas escolas”. O perigo é “imenso”, afirmou o presidente da associação, Heinz-Peter Meidinger.
Meidinger defendeu que seja mantida a obrigatoriedade do uso de máscaras nas escolas, apontando que estudos atuais mostram a eficácia da medida.
“Há casos de covid longa também entre crianças. As máscaras são incômodas, mas os alunos e alunas geralmente não têm problemas com elas”, disse Meidinger em entrevista à Redaktionsnetzwerk Deutschland.
O presidente da associação criticou a diferença entre as regras impostas pelos estados alemães. “É um dos grandes erros da política para a pandemia o fato de quase não ter sido possível ou ter sido apenas brevemente possível chegar a regras uniformes para escolas em todo o país”, disse.
Desde o início de novembro, o estado da Renânia do Norte-Vestáflia, o mais populoso do país, por exemplo, acabou com a obrigatoriedade de máscaras para alunos enquanto estiverem sentados em suas carteiras. A medida também já havia sido adotada pelos estados da Baviera, Sarre e Berlim para alunos até a sexta série.
Regiões mais afetadas
Atualmente, os estados da Alemanha que registram as taxas de incidência de sete dias mais altas são Saxônia (491,3) e Turíngia (427,5), seguidas da Baviera (316,2).
Devido ao aumento de casos, autoridades do estado da Saxônia estão introduzindo restrições conhecidas como 2G em vários locais, o que quer dizer que apenas pessoas vacinadas e recuperadas podem acessar locais fechados.
A Baviera implementou novas restrições neste domingo, permitindo somente a entrada de vacinados, recuperados ou testados com teste de PCR em bares e eventos em locais fechados.
Os partidos que negociam atualmente uma nova coalizão de governo – o Partido Social-Democrata (SPD), o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP) – também estão negociando a reintrodução de testes gratuitos para a população, que foram abolidos para estimular a vacinação no país.
Os três partidos também estudam exigir testes diários de funcionários e visitantes de casas de repouso, independentemente de estarem vacinados ou recuperados da covid-19.
FONTE: REUTERS
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