PARECE DISPUTA PARTIDÁRIA
Finalmente chega ao fim a disputa pela seccional da OAB-RO. Os advogados do estado escolherão a nova diretoria da ordem nesta semana, mais precisamente na terça-feira.
Pode-se comparar disputa dessa categoria como uma disputa semelhante à que ocorre na política convencional partidária. Embora apenas advogados participem (e o voto é obrigatório) na hora da escolha, durante o processo não faltou pancadaria típica da disputa entre facções partidária.
CONTROLE PARTIDÁRIO
Certamente por ser essa a primeira vez em que a instituição rondoniense corre o risco de ser também instrumentalizada partidariamente, dada à vinculação inegável de um dos candidatos com o PT rondoniense. Exatamente num momento em que o PT passa a ser execrado nacionalmente, a partidarização verificada no sindicalismo rondoniense (com o PT dando as cartas nas entidades mais fortes, tipo Sintero) ronda a seccional da Ordem.
SEM GLAMOUR
No processo eleitoral da OAB rondoniense o glamour só aconteceu em jantares de lançamento das chapas. Depois, no curso do processo eleitoral da OAB-RO, teve de tudo, até debate radiofônico, no programa de Arimar Sá (também, além de jornalista, advogado), e constante troca de insultos nas redes sociais, onde os chamados “cabos eleitorais” dos candidatos fizeram todo o possível para desconstruir os concorrentes “adversários”.
DESAFIOS
Com a universalização da disputa nos mesmos moldes dos processos eleitorais partidários, certamente os próprios advogados perderam uma grande oportunidade para aprofundar o debate acerca dos principais desafios enfrentados pela categoria no estado de Rondônia.
Mesmo assim, o presidente Andrey Cavalcante, que concorre à reeleição, preferiu focar seu discurso em temas como violação de prerrogativas, inclusão de jovens advogados, participação feminina (sua chapa contempla uma advogada na sua composição), representatividade popular da Ordem na defesa de princípios éticos e republicanos, transparência e fortalecimento na prestação de serviços aos advogados inscritos na OAB-RO, bem como nas representações da entidade no interior.
PESQUISAS FALSAS
No cenário eleitoral desse ano a pancadaria aconteceu sem dó nem piedade. Não faltou nem mesmo pesquisas falsas para derrubar um cenário onde a disputa corre de forma bem equilibrada, a ponto de ser arriscado prever um resultado antes da contagem dos votos.
Além das matérias jornalísticas parciais, também se publicaram informes dando conta do suposto uso da máquina pública e do abuso econômico, tendo em vista a participação, como candidato, de um juiz togado no processo.
DESÍDIA
Da parte do “pelotão de choque” recheou-se o processo com acusações de crimes (inclusive de nepotismo), de malversação de recursos e até a contratação de escribas para espalhar a desídia no interior.
Agora, na reta final desse processo, é fácil constatar que houve mais críticas à pessoa do candidato à reeleição do que à sua gestão. O ataque ao candidato certamente será visto pelos eleitores dessa eleição qualificada como mera tentativa de desconstrução e isso é, claro, uma postura inaceitável para quem opera na área do Direito e da Justiça.
ESPÍRITO PÚBLICO
A OAB-RO é uma entidade diferente de qualquer outra representação de classe no estado, tendo assim um papel diferenciado na sociedade. Afinal, ser politizado é uma característica inerente ao advogado que não deve ignorar os fatos da política partidária e os assuntos do interesse de toda a sociedade.
O que se espera é que os advogados exerçam seu voto de forma altruística, dando a vitória a quem tem espírito público e não quer apenas exercer o poder. Afinal, a entidade é muito importante para se afastar dos postulados republicanos, tornando-se aparelho partidário ou de manipulação para as próprias pretensões pessoais de quem não se contenta apenas com o poder da toga.
DESCULPA ESFARRAPADA
A tentativa da Sema – Secretaria Municipal do Meio-Ambiente – de Porto Velho sobre a operação de busca e apreensão realizada pelo Ministério Público e Polícia Civil, no processo de investigação sobre sumiço de autos de aplicação de multas repete o velho ditado de que “a emenda ficou pior do que o soneto”. Puro escapismo que não isentará a gestão Nazif de mais problemas na esfera do judiciário.
.
ESPERANDO RESPOSTA
A pergunta está na mídia e ainda não foi respondida pelas chamadas autoridades competentes. Será que os próprios deputados e o Ministério Público não irão investigar a denúncia de que Emerson Castro obrigou servidores comissionados a contribuir para pagar advogados que defenderam o governador Confúcio em processos junto à Justiça Eleitoral? E olha que o autor da denúncia foi nada mais e nada menos que o deputado Jesuíno Boabaid.
ROUBALHEIRA RECORDE
Os procuradores da Lava Jato refizeram as contas. Antes estimavam o rombo do Petrolão em R$ 20 bilhões, agora já chegaram à estratosférica marca de R$ 42 bilhões. O que não daria fazer com R$ 42 bilhões! Essa roubalheira bate todos os recordes, mas tem mais, tem o escândalo do CARF que também atinge bilhões, e muitos outros. Realmente assim é muito difícil o país ir para a frente.
JOGO COMPLICADO
Cresce o número de desistência de políticos importantes perante o jogo eleitoral do próximo ano, especialmente pelo novo dado complicador para o financiamento das campanhas. Afinal, o Supremo decidiu que, já nas eleições de 2016, candidatos que receberem recursos via partidos terão que declarar doador originário, o que complica ainda mais as verbas das campanhas.
BOM DE APOSTA
Henrique Meirelles, presidente do Conselho Administrativo da JBS/Friboi, apostou na alta do dólar e o resultado foi que o grupo ganhou bilhões de dólares em contratos futuros. Agora, do jeito que vai a economia, cotado para substituir Joaquim Levy, ele aposta em nova alta antes do final do ano.
Em Linhas Gerais
Gessi Taborda – [email protected]
Add Comment