O número de mortos confirmados após o naufrágio de uma balsa na costa da Coreia do Sul chega a 121, informou a Guarda Costeira do país nesta terça-feira (22), segundo informações da rede de TV americana CNN. A embarcação Sewol virou e afundou na terça-feira (15) à noite, pelo horário de Brasília.
De acordo com a emissora americana CNN, a Guarda Costeira sul-coreana confirmou que 121 corpos foram encontrados e 181 pessoas continuam desaparecidas. Até agora, há apenas 174 sobreviventes resgatados e identificados, mas havia 476 pessoas a bordo (339 deles eram estudantes e professores em uma excursão de colégio no feriado).
Também nesta terça-feira, foi informado que o primeiro pedido de socorro vindo da balsa partiu de um menino com voz trêmula, 3 minutos depois de a embarcação fazer a curva final. O garoto ligou para o número de emergência da Coreia do Sul, que o transferiu para os bombeiros, que por sua vez acionaram a Guarda Costeira, 2 minutos depois. A esse chamado, seguiram-se outros 20 telefonemas ao serviço de emergência feitos por crianças a bordo, segundo relato de um bombeiro à agência de notícias Reuters.
O menino que fez o primeiro contato, de sobrenome Choi, está entre os desaparecidos. Segundo relato de um bombeiro ao canal de TV MBC, a voz dele tremia e transmitia urgência. “Salvem-nos! Estamos em um barco e acho que ele está afundando”, disse o garoto, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O bombeiro pediu, então, que o menino passasse o telefone ao capitão, e ele respondeu: “Você quer dizer ‘professor’?”. A confusão ocorreu porque, em coreano, as palavras “capitão” e “professor” têm pronúncia semelhante.
A balsa naufragou no trajeto entre a localidade portuária de Incheon e a ilha turística de Jeju.
- O capitão da balsa, Lee Joon-seok, de 69 anos, e outros tripulantes foram detidos sob suspeita de negligência. Além disso, a família proprietária da embarcação está sendo investigada por possíveis irregularidades financeiras.
Durante o naufrágio, os tripulantes orientaram os passageiros a não se moverem, o que a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, disse na segunda-feira (21) ter sido o equivalente a um “ato de homicídio”.
Como é habitual na hierárquica cultura sul-coreana, muitos dos estudantes não questionaram os mais velhos e acabaram pagando com sua vida pela obediência.
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