As investigações do Ministério Público dos Estados Unidos mostram que o ex-presidente da CBF José Maria Marin e um grupo de dirigentes de entidades do futebol das Américas dividiriam US$ 110 milhões (o equivalente a R$ 350 milhões) em propinas pela cessão, com exclusividade, dos direitos de transmissão das edições de 2015, 2019 e 2023 da Copa América e Copa América Centenário (em 2016) para uma empresa chamada Datisa. A propina seria paga em parcelas até o fim do contrato, em 2023. Até agora, segundo os procuradores americanos, foram pagos US$ 40 milhões (R$ 126 milhões)
A Datisa tinha como sócios José Hawilla, dono da Traffic, e os argentinos Alejandro Burzaco, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis. Assim como Hawilla, Burzaco e os Jinkis (pai e filho) têm sociedade em empresas de marketing esportivo – eram, portanto, concorrentes na disputa por esses direitos.
Em 2013, os quatro se reuniram e criaram a Datisa, que em seguida firmou um contrato de US$ 317,5 milhões ( R$ 1 bilhão) com a Conmebol (Confederação Sulamericana de Futebol) e com a Concacaf (que reúne as federações de futebol das Américas do Norte, Central e Caribe) para ter os direitos exclusivos da Copa America até 2023.
“Em conexão com a compra dos direitos de transmissão das Copas América e Centenário […] Datisa concordou em pagar US$ 110 milhões em suborno os denunciados Jeffrey Webb [president da Concacaf e vice-presidente da Fifa], Eugenio Figueiredo [também vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Conmebol], Rafael Esquivel [presidente da Federação de Futebol da Venezuela], José Maria Marin [presidente da CBF], Nicolás Leoz [ ex-membro do comitê executivo da Fifa e ex-presidente da Conmebol] e outros dirigentes do futebol. Datisa concordou em fazer esses pagamentos em várias parcelas ao longo da duração dos contratos. Ao menos US$ 40 milhões já foram pagos”, dizem os procuradores americanos na denúncia.
Além dos dirigentes citados, os empresários argentinos Burzaco e Jinkis também foram denunciados. Hawilla já tinha firmado acordo com a Justiça americana. Nele, confessa a prática de crimes de extorsão, lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça e se compromete a devolver US$ 151 milhões que teria lucrado com os contratos firmados de forma fraudulenta.
Fonte: Epoca
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