Governador Tom Wolf anunciou via Twitter confirmação do importante resultado do estado-chave, que foi questionado pelos republicanos em uma série de processos malsucedidos
A Pensilvânia certificou, nesta terça-feira, a vitória de Joe Biden no estado, cujos 20 delegados no Colégio Eleitoral eram fundamentais para as malsucedidas manobras jurídicas do presidente Donald Trump para tentar reverter sua derrota nas urnas. A confirmação da vitória democrata no estado dificulta ainda mais os entraves impostos pelo atual presidente, que na segunda-feira finalmente autorizou o início da transição formal do poder, 16 dias após o triunfo de Biden ser projetado pela imprensa. Horas mais tarde, foi a vez de a secretária de Estado de Nevada, Barbara K. Cegavske, anunciar a certificação de Biden no estado.
“Hoje, o Departamento de Estado da Pensilvânia certificou o resultado das eleições do último dia 3 para presidente e vice-presidente dos Estados Unidos”, disse via Twitter o governador democrata Tom Wolf, afirmando que assinou o documento encaminhando formalmente os delegados do estado para Biden e sua vice, Kamala Harris.
Biden ganhou no estado por uma margem superior a 80 mil votos, mas ainda assim Trump passou as últimas semanas endossando alegações de fraude sem embasamento para pôr em xeque a vitória do adversário. O estado foi o epicentro das batalhas jurídicas travadas pela campanha republicana, com ao menos sete processos estaduais e federais para tentar invalidar votos ou impedir a certificação. O mais proeminente deles, defendida pessoalmente pelo advogado do presidente, Rudolph Giuliani, foi descartada no sábado por “falta de mérito” e “não ser apoiada em evidências”.
Os 50 estados americanos têm até o dia 8 de dezembro para certificarem o resultado das eleições presidenciais, seis dias antes da reunião do Colégio Eleitoral.
O resultado em Nevada, que tem seis votos no Colégio Eleitoral, foi certificado diante da Suprema Corte do estado. Republicana, a secretária de Estado local, Barbara K. Cegavske, relatou os resultados mas não mencionou explicitamente a vitória de Biden. O democrata venceu no estado por mais de 33 mil votos.
A Geórgia, outro estado-chave, já havia certificado a vitória de Biden na sexta e, na segunda, foi a vez de Michigan, onde o triunfo democrata foi certificado por uma comissão formada por democratas e republicanos. Biden venceu Trump por mais de 155 mil votos no estado, mas a campanha republicana alegava ter sido vítima de fraude, novamente sem fundamento, e republicanos locais quase bloquearam a certificação. Trump tentou influenciar os parlamentares locais para que ignorassem o resultado da votação e nomeassem seus próprios delegados ao Colégio Eleitoral, mas a iniciativa também fracassou.
Apesar de afirmar em uma série de tuítes na manhã desta terça que não reconhece sua derrota, Trump deu finalmente início ao processo formal de transição, permitindo que Biden e sua equipe tenham acesso às verbas, infraestrutura federal e informações a que têm direito. Horas após o anúncio vir à tona, o site oficial do governo de transição mudou seu domínio de .com para .gov, sinal de que as mudanças já estão em curso.
Após mais de duas semanas de atraso — algo que Biden e especialistas afirmaram pôr em xeque a segurança nacional —, a expectativa é que o democrata tenha acesso a informações e reuniões imediatamente. No Departamento de Defesa, segundo o Pentágono, o contato ocorreu ainda na segunda-feira. No Departamento de Estado, segundo a CNN, haverá uma reunião virtual entre integrantes do governo futuro e do atual nesta terça.
Os democratas, que listam como prioridade combater a pandemia de Covid-19, vinham há dias demandando contato com funcionários do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, do Instituto Nacional de Saúde e do projeto Warp Speed (Velocidade da Dobra), responsável pela coordenação da vacinação futura para a Covid-19. Encontros virtuais entre o conselho nomeado por Biden para fazer frente à doença e integrantes do governo Trump também deverão começar já nesta terça.
FONTE: O GLOBO
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