Por meio de análise genética do vírus causador da covid-19, cientistas identificaram cepas do vírus originário dos animais em pessoas, e vice-versa
Cientistas descobriram a transmissão bidirecional do coronavírus que causa a covid-19, o SARS-CoV-2, entre humanos e visons em 16 fazendas no país. Os resultados do estudo, que teve como base o sequenciamento genético do vírus, foram publicados em um artigo na revista científica Science nesta terça-feira (10).
Na Holanda, o sequenciamento do genoma completo de surtos de SARS-CoV-2 em 16 fazendas de visons revelou a transmissão do vírus entre humanos e também de visons. O vírus foi inicialmente introduzido em humanos, dizem os autores do estudo, e desde então evoluiu.
Os pesquisadores identificaram que 68% das pessoas que viviam, trabalhavam ou contatos próximos delas tinham evidências de infecção pelo SARS-CoV-2 até o fim de junho.
As amostras coletadas dos visons foram submetidas a análise genética, que constatou uma mutação D614G, responsável pela infecção inicial em humanos.
Por outro lado, “o sequenciamento também revelou que algumas pessoas foram infectadas com cepas do vírus com uma assinatura de sequência animal, fornecendo evidências de transmissão animal para humano. Uma análise mais aprofundada indicou que não houve transbordamento para as pessoas que vivem nas proximidades das fazendas de visons”, segundo o estudo.
“Mais pesquisas em visons e outras espécies de mustelídeos são importantes para entender se essas espécies correm o risco de se tornar um reservatório de SARS-CoV-2”, escrevem os autores.
“As fazendas de visons têm grandes populações de animais, vivendo em alta densidade, o que pode promover a transmissão do vírus”, complementam.
Os visons são animais usados em alguns países da Europa para a produção de vestuário. O óleo deles é aplicado na produção de produtos médicos e até cosméticos, além da preservação e impermeabilização de couro.
As fazendas de visions se tornaram um negócio lucrativo nos países onde são permitidas, mas também são frequentemente alvos de ativistas que lutam pelo bem-estar dos animais.
Na semana passada, o governo da Dinamarca anunciou que sacrificaria 17 milhões de visons criados em fazendas para confecção de casacos de pele. O objetivo é evitar que o coronavírus sofra uma mutação nestes animais, o que dificultaria o desenvolvimento de uma vacina.
FONTE: R7.COM
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