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Operação do MPF que investiga fundos de pensão sofre baixa

Grupo investiga fraudes em fundos de pensão estatais. Com estrutura atual, que tem um procurador em dedicação exclusiva, previsão é de encerrar trabalhos em 2042

Por meio de uma carta aberta, o coordenador da Operação Greenfield, procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, anunciou que vai deixar a força-tarefa. O texto acompanha a publicação de um relatório de atividades do grupo, e aponta uma redução da equipe pela Procuradoria-Geral da República apesar do aumento no volume de investigações, o que, para eles, prejudicou o andamento da operação.

Na carta, Anselmo Cordeiro Lopes disse que não é “possível que um só procurador da República se dedique com exclusividade a esse complexo investigativo”. Isso porque, desde julho, apenas ele atuaria em exclusividade no caso. O novo coordenador será Cláudio Drewes, que deve assumir a partir de 8 de setembro.

A força-tarefa Greenfield foi instituída há quatro anos para investigar fraudes em fundos de pensão de empresas estatais. Desde então, o escopo das investigações foi ampliado, e atingiu ainda políticos como Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha, o ex-presidente Michel Temer e até o ministro Paulo Guedes.

Segundo o relatório de atividades apresentado pela força-tarefa, o grupo é responsável por 48 ações penais e 27 ações de improbidade, nas quais 169 pessoas e 26 empresas foram denunciadas. Os procuradores ainda ressaltaram que foram firmados acordos de colaboração e recuperação para pagamento de R$ 11,8 bilhões.

Contudo, apontam que 24 casos envolvendo 435 investigados e quase R$ 3 trilhões ainda precisam ser analisados pela força-tarefa. No plano de ação da operação constam 188 metas a serem cumpridas, mas ainda faltam cerca de 60% a serem atingidas.

Por isso, os procuradores solicitaram a prorrogação dos trabalhos da força-tarefa até dezembro deste ano, mas a Procuradoria-Geral da República autorizou a extensão do prazo mantendo apenas um procurador em dedicação exclusiva.

“A força de trabalho da força-tarefa sofreu grave prejuízo e é insuficiente para alcançar seus objetivos de maneira eficaz e eficiente, em prazo razoável”.

Os procuradores afirmam que desde julho a produção de resultados foi prejudicada com a redução dos membros da equipe, já que há o risco de prescrição dos crimes. A estimativa do grupo é de os trabalhos só seriam concluídos, com a equipe atual, em setembro de 2042.

Nesta semana, houve baixas em outras forças-tarefas. O coordenador Deltan Dallagnol deixou a chefia da operação Lava-Jato no Paraná. Nessa quinta-feira, procuradores da Lava-Jato em São Paulo pediram demissão coletiva.

FONTE: O GLOBO

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