ESPERANÇA CAINDO
Confesso, tristemente, que estou perdendo a fé no Brasil. Pelo menos aquela fé que alimentava minha esperança de ver o país caminhando celeremente para integrar a relação dos países sérios, com possibilidade real de se converter numa das nações de primeiro mundo.
O que me leva à perda dessa esperança? Ora são os desatinos dos informes sobre assuntos sérios e importantes para todos, como o processo em julgamento pela Justiça Eleitoral para definir se o governador reeleito praticou abuso de poder político e econômico na recente disputa eleitoral.
Li que a prática documentada de crime eleitoral (distribuição de comida e outros mimos a eleitores) poderia ser desconsiderada por algum julgador não contente com as provas obtidas por um jornalista local, considerado persona non grata pelo PMDB.
REPUDIAR NAS RUAS
Em qualquer país democrático com instituições sólidas, tal desatino seria repudiado por manifestações oficiais e enfrentado com providências legais por instituições e pelas próprias lideranças comprometidas com a lisura do pleito. Não importa se os documentos (provas fotográficas) que embasam o processo nasceram da sensibilidade de um jornalista desafeto do partido do governador.
Se as provas são suficientes para não deixar dúvidas da prática de crimes previstos na lei na campanha de reeleição, o governador não deve ser beneficiado pelo silêncio das grandes autoridades, demonstrando uma vontade de livrar Confúcio das consequências do crime.
Nem o governador e nem qualquer outro político deve continuar pensando que pode fazer o que bem entender sem ter de responder com as consequências previstas na lei.
DEPORTAÇÃO
A situação do empresário Mário Calixto, foragido da Justiça rondoniense que está vivendo na Bolívia como “foragido” político desde que fugiu da vigilância do judiciário enquanto estava internado num hospital particular em Porto Velho está próxima de um novo capítulo.
Fontes bem informadas sinalizaram para uma possível deportação do dono do jornal O Estadão, até recentemente o mais importante diário do rondoniense. O jornal vive um momento de inatividade, num cipoal de dívidas e incertezas. Mário terá dificuldades em renovar seu visto de permanência no país vizinho como refugiado (de que???) mesmo se puder gastar uma alta soma na moeda americana que, dizem, tem às pampas em contas correntes de bancos americanos.
ABRIGO
Outro nome conhecido no meio político e empresarial rondoniense que busca consolidar um abrigo na Bolívia, debaixo do guarda sol com a marca de “refugiado” é Natanael Silva. Ele já foi o bambambã da distribuição de bebidas no estado, isso sem contar a longa atuação como deputado estadual (ex-presidente da Assembleia) e até Conselheiro do Tribunal de Contas. Exatamente por conta desse pedigree político Natanael – que hoje divide endereço com Calixto em “La Banda” – teria mais possibilidades de ganhar um salvo conduto na pátria cocaleira.
OLHO DO BOI
Edgar do Boi, presidente do PSDC em Rondônia não vai rejeitar a convocação de seu partido para disputar a sucessão municipal na capital do estado. Para ele é muito perceptível o desejo da população de procurar para o comando da administração pública de Porto Velho uma pessoa capaz de livrar de desvios o setor público, promovendo interesses mais relacionados a ações capazes de gerar empregos, e desenvolvimento social para todos.
Se acabar definindo sua participação no pleito de 2016, Edgar quer se comprometer com uma melhor qualidade dos investimentos nos limites do município. É assim que se evita a multiplicação de elefantes brancos e obras inacabadas. Como as dessa novela dos viadutos, pelos quais a população vem pagando um custo elevado, “por um projeto que na verdade teve seus interesses mais relacionados aos das empresas e não aos do povão”, destacou.
SERÁ?
Depois de mais de 12 anos de promessas, parece que vai sair a reforma política, ou pelo menos do sistema eleitoral. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou para esta semana os primeiros temas para o debate, como a desincompatibilização de cargos do Executivo para a disputa da reeleição e o fim das coligações. Mas ainda não incluiu o principal, o que é lamentável, parecendo uma embromação calculada: a proibição ao financiamento das campanhas por empresas e grupos econômicos.
URGENTE
Para a coluna é imprescindível uma ação mais eficaz da Justiça Eleitoral no julgamento das denúncias de práticas de crimes eleitorais como soem ser o abuso do poder econômico e político, como acontece com esse processo contra a o governador reeleito que espera um desfecho na corte. Se há provas de abuso, cumpre à Justiça dar a sentença que sirva como exemplo de dissuasão para aqueles sempre crente que tudo acaba terminando em pizza.
PATRIMONIALISMO
É urgente buscarmos eleições limpas, criarmos uma nova cultura eleitoral, legitimando o processo democrático, reduzindo os custos das campanhas e exigindo fiscalização eficiente. Só assim conseguiremos extirpar as pragas do patrimonialismo e do clientelismo que tomam conta da política nacional.
Permitir apenas doações por pessoas físicas, com limites, mais a verba do Fundo Partidário são soluções que vão tornar o jogo político mais transparente; o processo eleitoral mais igual, mais barato e mais renovador de governos e parlamentos, trazendo gente com mais espírito público e menos conveniências pessoais. Com isso, a política vai recuperar credibilidade.
QUESTÃO DE FAMÍLIA
Um país que deixa ao léu sua juventude não tem futuro promissor. E esse é o cenário cada vez mais presente ate aqui na nossa cidade.
Porto Velho vem perdendo seu bucolismo com uma rapidez inimaginável. E nesse novo cenário o que vemos é o constante crescimento da violência urbana, do desregramento da juventude, da deterioração dos valores sociais e familiares. Nem precisa muita pesquisa para constatar como tem crescido a criminalidade no seio de nossa juventude. Basta conferir todos os dias os títulos gritando esse mundo cão na nossa imprensa.
MAIS ESCOLAS
Vale lembrar que a maioria dos jovens em conflito com a lei tiveram seus direitos fundamentais violados por ação ou omissão dos próprios pais ou do Estado. Para cada criança em situação de rua ou marginalizada há uma família desintegrada, falta de emprego, saúde, educação e de moradia digna.
Para acabar com esse ciclo, a ciência aponta as políticas sociais com foco na primeira infância. A relação entre as políticas públicas e a arquitetura do cérebro fica clara quando vemos como o contexto sociofamiliar afeta o desenvolvimento da criança. Aquela que cresce em um ambiente saudável vai ter mais oportunidades de aprendizado e estará mais apta a superar as dificuldades. Porém, a fome e as violências enfrentadas logo no início da vida podem interromper o desenvolvimento saudável do cérebro. É nesse ponto que devem incidir as politicas sociais básicas.
FEIOSA
Fique todo esse tempo no hospital sem poder escrever e nem por isso deixei de lado meu interesse em saber do dia-a-dia de nossa amada Porto Velho, com a esperança de ouvir a declaração de alguma liderança autêntica da cidade sobre o lado escuro em que as ultimas gestões do município nos levou. Não ouvi nada. Ninguém, pelo visto, se indignou com o prêmio dado a Porto Velho no ranking de uma das mais importantes revistas de economia do Brasil. Ninguém mostrou possíveis esforços para mudar essa história de que Porto Velho é quarta pior cidade brasileira.
E ai, tomo porre com a insuportável fábrica de factoides desse prefeito Nazif com essa conversa de “Centro de Referência de atendimento a mulheres vítimas de violência“ e “Lançamento do Projeto Ginástica Rítmica”. O pessoal não se cansa de ensaboar bagres. “Referência” para quem, o cara-pálida?? Pobre Porto Velho com um camarada desses no seu timão!
Gessi Taborda
Em linhas Gerais
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