As autoridades chinesas executaram nesta segunda-feira, 9, o magnata da mineração Liu Han, após sua condenação ter levado ao colapso de seu império empresarial e ter dado destaque a ampla repressão chinesa sobre a corrupção.
De acordo com um breve comunicado da Corte Intermediária do Povo de Xianning na província de Hubei, Liu Han, de 49 anos, foi executado nesta segunda-feira em horário não especificado. Em maio de 2014, a mesma Corte sentenciou-o à morte por crimes como encabeçar uma gangue, assim como assassinato.
Segundo a Corte Intermediária, a Corte Suprema confirmou a sentença de morte para Liu Han, seu irmão mais novo e mais três pessoas envolvidas no esquema criminoso. Detalhes sobre as execuções não foram divulgados.
Os fortes laços políticos de Liu Han não foram oficialmente parte do caso contra ele, mas, nos meses que seguiram seu julgamento, a mídia chinesa alegou que o magnata tinha fortes conexões com o maior alvo da repressão do governo contra a corrupção: Zhou Yongkang, ex-líder do Partido Comunista que já governou Sichuan. Ele foi oficialmente preso em dezembro de 2014 e enfrenta uma série de acusações de corrupção.
Apesar da ação penal de Liu Han não ser parte do plano oficial do governo contra corrupção, sua prisão ocorreu em meio a uma varredura de políticos e empresários em Sichuan que tem ligações com Zhou Yongkang. Dessa forma, a execução de Liu Han tornou-se uma das primeiras relacionadas ao plano anticorrupção do governo.
Pessoas próximas a Liu Han confirmam que o magnata mantinha laços com Zhou Yongkang, e afirmam que o relacionamento tornou-o politicamente vulnerável. A polícia prendeu Liu Han em março de 2013, sob a alegação de estar escondendo o irmão, acusado de homicídio triplamente qualificado em 2009.
De acordo com o Wall Street Journal, que teve acesso às transcrições do julgamento, Liu Han defendeu-se o tempo todo, mas recebeu pouca cobertura na imprensa chinesa, o que deu grande vantagem para a promotoria e a condenação.
Apesar de a Corte Suprema não ter divulgado detalhes sobre a execução, afirmou que o processo respeitou os direitos legais de Liu Han e dos outros quatro sentenciados, permitindo a visita e despedida dos familiares.
Fonte: O Estadão
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