Vazamento de documentos do EI revela identidade de 22 mil militantes
RIO — O vazamento de uma série de documentos do Estado Islâmico (EI) pela inteligência alemã revela detalhes sobre a identidade de 22 mil militantes da insurgência de mais de 50 países — incluindo nacionalidade, nível de educação e tipo sanguíneo. Nesta quinta-feira, os formulários para inscrição no grupo rebelde circulam pelo mundo e surpreendem por algumas das perguntas àqueles que querem se tornar combatentes jihadistas. A papelada inclui escolhas inusitadas, como “você prefere ser combatente ou terrorista suicida?” e “quais países você já visitou?” e “quem te recomendou?”.
Os combatentes que tiveram suas informações divulgadas vêm de 51 países diferentes. Dentre eles, acredita-se que mais de uma dezena seja de britânicos — cuja maioria está desaparecida ou já morreu em ataques realizados pelos EUA, segundo a imprensa britânica. No entanto, o número de soldados franceses e alemães seria ainda maior. Outros quatro militantes seriam originários dos EUA e outros seis do Canadá.
As 23 perguntas que devem ser respondidas pelos futuros jihadistas mostram a alta organização do grupo na hora do recrutamento. O formulário inclui questões como experiência de trabalho prévia, campo de especialidade, nível de obediência, outras atividades jhadistas já realizadas, endereço para contato e nível na Sharia, a lei islâmica. Além disso, os potenciais militantes podem escolher se querem ser combatentes em campo ou terroristas suicidas e informar se estão sendo recomendados por alguém do meio.
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, confirmou que autoridades do país têm os documentos autênticos em mãos para acelerar as investigações e facilitar o sentenciamento de militantes que retornem da Síria e do Iraque — além de tornar mais clara a estrutura de organização do Estado Islâmico.
No entanto, investigadores não informam como obtiveram os papéis que podem ter vindo do território sírio. Um jornal da oposição síria publicou centenas de documentos do gênero nesta semana, afirmando que conseguiu acesso aos papéis por meio de um desertor do EI.
Fonte: oglobo
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