Instituições optaram pelo ensino online, medida será aplicada ao longo desta semana após a morte de Mahsa Amini
As principais universidades de Teerã suspenderam neste sábado (24) as aulas presenciais e ofereceram a opção pelo ensino online, uma medida que será aplicada ao longo desta semana em meio a protestos devido ao caso Mahsa Amini.
As autoridades educativas justificaram a medida pelos dois feriados desta semana, o domingo pelo aniversário da queda de Mahoma, e o de terça-feira pelo imã Reza.
O ano letivo iraniano começou hoje e a suspensão das aulas presenciais foi anunciada ontem à tarde na maioria dos casos.
A semana de trabalho iraniana começa no sábado e termina na quarta-feira, com quinta e sexta-feira como dias de folga.
Uma pessoa ligada a um centro educacional em Teerã explicou à Agência Efe que a suspensão das aulas presenciais foi justificada “por conveniência”, mas explicou que, em sua opinião, se deve aos protestos.
As principais universidades da capital, como as de Teerã, Amir Kabir, Shahid Beheshti e Allame Tabatabai foram palco de protestos esta semana pela morte de Mahsa Amini após ser presa pela polícia por mau comportamento.
Os protestos aconteceram quando o ano letivo ainda não havia começado, mas os centros educacionais estavam abertos com cursos de verão e matrículas.
A televisão estatal iraniana informou que 35 pessoas foram mortas nos protestos que têm abalado grande parte do país há oito dias e com violentos confrontos entre manifestantes e forças de segurança.
A mudança para aulas on-line ocorre apesar do acesso a internet estar fortemente restringido no país há dias.
A internet fixa está muito lenta, enquanto as redes móveis estão sendo cortadas à tarde e à noite para controlar os protestos.
Mahsa Amini foi presa no último dia 13, em Teerã, onde estava de visita, e foi levada a uma delegacia para participar de “uma hora de reeducação” por usar o véu de forma errada.
Ela morreu três dias depois em um hospital onde chegou em coma após sofrer um ataque cardíaco, que as autoridades atribuíram a problemas de saúde, algo negado pela família.
FONTE: EFE
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