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Uma em cada dez mortes por câncer de mama são atribuíveis ao sedentarismo

Estudo apontou que, no Brasil, mais de 2 mil mortes pela doença poderiam ter sido evitadas se as pacientes tivessem se exercitado regularmente

A prática de atividade física regularmente, o equivalente a 150 minutos por semana, poderia evitar uma em cada dez mortes por câncer de mama no Brasil. A informação é resultado do estudo “Mortality and years of life lost due to breast cancer attributable to physical inactivity in the Brazilian female population (1990-2015)”, publicado na revista Nature, que contou com a participação do Ministério da Saúde, que traz diversos dados importantes para a prevenção do câncer de mama.

A prática de atividade física é um aliado importante na prevenção do câncer de mama . Segundo a pesquisa, em 2015, mais de 2 mil mortes causadas pela condição foram atribuíveis ao sedentarismo. Isso significa que essas vidas teriam sido popupadas se as pacientes realizassem ao menos uma caminhada de 30 minutos por dia, cinco vezes por semana.

Segundo o artigo, um dos fatores que causam a doença é o excesso de estrogênio, que pode causar mutações e carcinogênese, estimulando a produção de radicais.

Ao fazer exercícios, o estradiol é diminuído e a globulina de ligação a hormônios sexuais aumenta, causando uma redução de circulantes inflamatórios, aumentando as substâncias anti-inflamatórias.

“A prática de atividade física melhora o metabolismo de alguns hormônios relacionados com o câncer de mama, o que pode evitar e até melhorar o quadro de uma paciente com a doença. Estamos conseguindo evidências para mostrar a vantagem de se reduzir o sedentarismo na população”, alerta Fatima Marinho, Diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

O estudo também revelou que os estados brasileiros com melhores indicadores socioeconômicos apresentaram as maiores taxas de óbitos de câncer de mama atribuível à inatividade física.

O Rio de Janeiro aparece em primeiro lugar, seguido pelo Rio Grande do Sul e São Paulo. Além disso, nos estados do Norte e Nordeste, verifica-se uma transição de mortalidade, como explica Marinho.

“Apesar de não aparecerem no topo desta lista, estados do Norte e Nordeste estão passando por uma transição de mortalidade, ou seja, aumentando o número de óbitos por doenças crônicas e diminuindo as resultantes de outros tipos”, afirma a diretora.

Outros fatores que influenciam mortes por câncer de mama

Os dados da pesquisa chama atenção também para o impacto de outros fatores de risco em mortes, como o uso de álcool, índice alto de massa corporal e uma dieta rica em açúcar aos quais são atribuídos 6,5% dos óbitos.

“Esta informação reforça a importância de ter uma política nacional de promoção da saúde que contribua para mudança dos comportamentos de risco para doença crônica. Estimular o consumo de alimentos frescos e ricos em nutrientes, reduzir o sedentarismo, além de evitar o uso abusivo de álcool e o tabagismo, por exemplo”, ressalta Marinho.

Segundo a diretora do Ministério da Saúde, a adoção de um estilo de vida saudável evitaria 39% das mortes por doença crônica, que responde por 76% das causas de morte no Brasil, sendo a promoção da saúde uma política com baixo custo e com grande impacto populacional. “Se a saúde/doença da população brasileira continuar a tendência atual, com grande crescimento da doença crônica em adultos jovens, não haverá financiamento suficiente para o SUS, devido ao alto custo da doença crônica”, completa.

Dados da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2017) mostram que 13,9% das mulheres das capitais brasileiras são sedentárias.

Esse número é maior entre as com mais idade, mas também entre as jovens com idades entre 18 e 24 anos: 21%. A pesquisa aponta ainda que 51,3% delas praticam atividade física insuficientemente, ou seja, não alcançam o equivalente a pelo menos 150 minutos semanais de atividades de intensidade moderada ou pelo menos 75 minutos semanais de atividades de intensidade vigorosa.

Sintomas do câncer de mama

O câncer de mama é uma doença que atinge mais de 2 milhões de mulheres por ano no Brasil. Além dos nódulos, os sintomas também incluem secreção com sangue pelo mamilo e mudanças no formato ou textura da mama ou do mamilo.

Algumas pessoas começam a sentir dores na região dos seios, e também pode acontecer de ser notada uma fadiga fora do comum, que é relacionada ao câncer e perda de peso.

Para evitar que o câncer seja notado tardiamente, o recomendado é estar sempre em dia com os exames ginecológicos, principalmente em casos de histórico da doença na família.

Uma forma de manter em dia a prevenção ao câncer é o autoexame. Também indicado para que as mulheres possam não só conhecer melhor o corpo, como para detectar o câncer de mama.

Para fazer, a mulher pode estar deitada ou no chuveiro. Primeiro, é necessário colocar a mão direita atrás da cabeça e passar os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda mama direita. Esse movimento deve ser repetido, alternando as mãos, na mama esquerda.

Outra etapa do exame deve ser feita em frente ao espelho. Com os braços abaixados, é preciso inspecionar as mamas, e depois fazer o mesmo com as mãos sobre a cabeça. Nesse movimento, é importante observar se ocorre alguma mudança no contorno dos seios ou no bico do peito.

Ainda de frente para o espelho, colocar as mãos na cintura e aperta-la é outro movimento para observar se há qualquer alteração nas mamas. Um último passo é espremer o mamilo delicadamente e averiguar se sairá qualquer secreção.

Para pessoas que forem diagnosticadas após perceberem sintomas do câncer de mama e tenham o resultado positivo para a doença por meio de exames como a mamografias, ultrassom ou ressonâncias, o tratamento pode variar dependendo do tipo e da fase do câncer de mama que for detectado. Os procedimentos podem envolver quimioterapia, radioterapia ou até mesmo a cirurgia.

Vale ressaltar que o autoexame, apesar de importante para a prevenção do câncer de mama , não dispensa os exames e a consulta médica com um ginecologista. Além disso, a observação de alterações cutâneas ou no bico do seio, de nódulos ou espessamentos, e de secreções mamárias, não significa, necessariamente, a existência da doença.

FONTE: IG

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