EUA começariam a aplicar taxas sobre importações mexicanas a partir de segunda-feira. Representantes mexicanos tentaram, durante a semana, convencer a Casa Branca a desistir da ideia.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (7) que chegou a um acordo com o México e, assim, suspendeu a aplicação de taxas a produtos importados mexicanos programada para começar na segunda-feira.
As taxas, que aumentariam mês a mês até um patamar máximo de 25%, faziam parte de uma estratégia de Trump para forçar o México a tomar medidas contra o fluxo de imigrantes ilegais rumo aos EUA. As detenções de imigrantes na fronteira entre os dois países atingiram em maio maior nível em uma década.
Em mensagem no Twitter, o presidente norte-americano disse que o México concordou em adotar “fortes medidas” para controlar o problema migratório.
“Isso está sendo feito para reduzir significativamente ou eliminar a imigração ilegal que sai do México rumo aos Estados Unidos”, escreveu Trump.
Caso Trump e o México não tivessem chegado a nenhum acordo, os produtos importados mexicanos sofreriam taxação gradual, que começaria em 5% a partir desta segunda-feira (10). Veja o calendário abaixo:
- Taxação de 5% a partir de 10 de junho;
- 10% a partir de 1º de julho;
- 15% a partir de 1º de agosto;
- 20% a partir de 1º de setembro;
- 25% a partir de 1º de outubro;
- Permanecer em 25% indefinidamente.
Os detalhes e os termos do acordo fechado nesta sexta-feira ainda não foram divulgados.
Negociações em Washington
Representantes do governo mexicano, inclusive o ministro de Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, estavam em Washington em reuniões na Casa Branca para tentar convencer o governo norte-americano a desistir das tarifas.
Mais cedo, o presidente dos EUA disse ter visto “boa chance” de que os dois países chegassem a um acordo. “Se conseguirmos […], eles começarão a comprar produtos agrícolas em altas quantidades, começando imediatamente”, afirmou Trump, pelo Twitter.
Em uma tentativa de agradar Trump, o México anunciou na quinta-feira o deslocamento de cerca de 6 mil soldados da Guarda Nacionalrumo à fronteira com a Guatemala.
Nem todos os migrantes que tentam entrar nos Estados Unidos pela fronteira sul são mexicanos – grande parte vem de países como Guatemala, El Salvador e Honduras. Muitas vezes em caravanas, os grupos atravessam o México até a divisa com o território norte-americano.
Pressão pelo muro
Trump prometeu endurecer a política migratória nos Estados Unidos ainda durante a campanha presidencial de 2016, quando prometeu construir um muro na fronteira com o México – e fazer o país vizinho pagar pela obra.
No ano passado, quando o Partido Democrata conseguiu maioria na Câmara dos Representantes, Trump travou uma batalha política para aprovar recursos destinados à construção do muro. Os oposicionistas se negaram, o Congresso não aprovou orçamento a tempo, e o governo ficou paralisado por mais de um mês.
Como Trump não conseguiu convencer os congressistas a aprovarem o orçamento com a verba destinada ao muro, o presidente declarou emergência nacional, em fevereiro, para garantir o início da obra. A taxação anunciada nesta quinta-feira está entre as prerrogativas dessa declaração emergencial.
A Câmara dos Representantes e o Senado aprovaram uma resolução que revertia a declaração de emergência de Trump, mas o presidente exerceu o poder de veto para manter o status na fronteira.
FONTE: G1.COM
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