O ciclone atingiu Luzon, a principal ilha do arquipélago, com ventos de 95 km por hora, e causou inundações e deslizamentos
A tempestade tropical Nalgae atingiu as Filipinas neste sábado (29) depois de causar inundações e deslizamentos que deixaram mais de 45 mortos, segundo balanço das autoridades.
O ciclone atingiu Luzon, a principal ilha do arquipélago, com ventos máximos de 95 km/h, uma hora depois de ter atingido a ilha pouco povoada de Catanduanes antes do amanhecer.
A destruição começou muito antes, com fortes chuvas inundando principalmente áreas rurais na ilha de Mindanao, no sul, na quinta-feira (27), seguidas por deslizamentos e inundações mortais nesta sexta (28).
As autoridades da Defesa Civil reduziram consideravelmente o número de mortos neste sábado, de 72 para 45, e relataram 40 mortes em Mindanao e cinco em outras partes do país.
As fortes chuvas provocaram deslizamentos e enchentes carregadas de escombros que varreram famílias inteiras em algumas áreas.
As equipes de resgate se concentraram na cidade de Kusiong, no sul. Escavadeiras removiam grandes faixas de uma espessa camada de calcário cinza e lama marrom, enquanto parentes ansiosos aguardavam notícias.
Partes de uma montanha próxima desmoronaram na cidade nesta sexta-feira (28) e 14 corpos já foram retirados. Há várias pessoas desaparecidas.
“Pode ser mais de cem”, disse à AFP Lester Sinsuat, prefeito da cidade de Datu Odin Sinsuat, quando questionado sobre a estimativa de mortos.
“Esta já é uma operação de recuperação, porque a cidade está enterrada sob rocha e lama há mais de um dia”, disse à AFP o chefe regional da Defesa Civil, Naguib Sinarimbo, preferindo não estimar o número de mortes.
Inundações também foram relatadas na região central das Filipinas, embora nenhuma morte tenha sido registrada na área.
Imagens divulgadas pela Guarda Costeira mostraram equipes de resgate usando uma geladeira como barco improvisado para retirar crianças de uma comunidade inundada na ilha central de Leyte.
O serviço meteorológico advertiu que Nalgae ainda pode atingir a capital do país, Manila, uma metrópole de mais de 13 milhões de pessoas, com “chuvas fortes e às vezes torrenciais”.
“Extensas inundações e deslizamentos causados pela chuva são esperados”, embora haja riscos mínimos de grandes ondas nas áreas costeiras”, acrescentou.
“Com base em nossas projeções, este ciclone é muito forte, então temos que estar bem preparados”, afirmou Rafaelito Alejandro, diretor nacional da Defesa Civil.
O funcionário também pediu aos moradores no caminho da tempestade que fiquem em casa. “Se não for necessário ou importante, devemos evitar sair hoje [sábado], porque é perigoso”, alertou.
O presidente filipino Ferdinand Marcos Jr. repreendeu a Defesa Civil e as autoridades locais em uma reunião televisionada neste sábado sobre o alto número de vítimas em Mindanao.
“Será importante olharmos para trás e ver por que isso aconteceu. Por que não os retiramos de lá? Por que temos um número tão alto de mortes?”, perguntou o presidente.
Mais de 7.000 pessoas foram retiradas antes que o ciclone tocasse o solo, de acordo com a Defesa Civil.
O escritório de Aviação Civil afirmou que até agora cancelou mais de cem voos.
O ciclone atingiu o início de um fim de semana prolongado para o dia dos mortos no país, quando milhões visitam os túmulos de seus entes queridos.
As Filipinas sofrem uma média de 20 grandes tempestades por ano, que deixam centenas de mortos e mantêm grandes regiões em pobreza perpétua. Os cientistas afirmam que essas tempestades ficaram mais fortes com o aumento do aquecimento global.
FONTE: AFP
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