Declaração de ministro irritou auxiliares do presidente, já que Temer quer discutir uma saída negociada com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
O presidente Michel Temer receberá nesta quarta-feira (29), no Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB. O encontro acontece após o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, declarar que, na avaliação dele, o PSDB já deixou a base governista.
A declaração irritou auxiliares do presidente, já que Temer quer discutir uma saída negociada com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que assumirá a presidência do PSDB.
Aécio lidera a ala governista do PSDB, e defende que os ministros só deixem o governo após a convenção do partido dia 9 de dezembro.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que apesar de o PSDB não integra mais a base aliada do governo do presidente ministros do partido podem permanecer nos cargos.
“O PSDB não está mais na base de sustentação do governo”, disse, em entrevista a jornalistas. “O PSDB tem interesses políticos que está procurando preservar. O presidente Michel Temer tem a responsabilidade de governar e preservar sua base de sustentação.”
Questionado sobre a situação dos ministros de governo que são do PSDB, entre eles Antônio Imbassahy, que é responsável pela articulação política, Padilha destacou que essa é uma decisão do presidente, e que nada impede que ministros do partido permaneçam no governo como parte da “cota pessoal” de Temer.
“A questão ministerial é uma questão do presidente da República. Ele poderá manter ministros do PSDB, tendo o partido deixado de participar da base de sustentação do governo. Uma coisa é um ministro estar no governo representando seu partido e outra é o presidente, na sua cota pessoal, resolver manter um quadro que circunstancialmente seja do PSDB no ministério. Não vejo nenhuma incompatibilidade”.
No momento em que o presidente Temer articula com parlamentares a aprovação da reforma da Previdência, o ministro Padilha avalia que, pela posição história do PSDB em relação à reforma, o partido deve ser favorável à proposta. “O PSDB, desde o início em que esteve participando integralmente do governo, tinha compromisso com a reforma da Previdência e não me consta que eles tenham deixado de tê-lo. A gente conta que eles mantenham o compromisso”, disse.
FONTE: G1 e Agência Brasil
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