No entanto, alerta que os efeitos das novas medidas precisam ser mais estudados
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira que a regra que permite que empresas aéreas cobrem para despachar bagagens não é prejudicial ao consumidor. A consulta havia sido feita no ano passado pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados no ano passado. Para a Corte, a regra “tende a ser favorável para o consumidor”.
A nova regra está em vigor desde março do ano passado e faz parte da resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A medida foi marcada por disputas judiciais e a cobrança pelo despacho só começou a ser efetivamente realizada a partir de junho. No entendimento do relatório do TCU, relatado pelo ministro Bruno Dantas, a resolução “foi precedida de estudos regulatórios consistentes e de ampla discussão com os interessados, e tende a ser favorável ao consumidor, assim como as demais medidas de flexibilização regulatória setorial”.
O relatório alerta, no entanto, que a medida precisa ser mais estudada. “Os efeitos das novas medidas, inclusive eventual impacto sobre o preço das passagens aéreas, ainda precisam, contudo, de mais tempo de implementação para que possam ser melhor aferidos”, afirma.
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) afirmou que a decisão do TCU confirma a tendência de que o setor passe a oferecer novos produtos, de acordo com o perfil de cada passageiro. “E agora novas companhias estão chegando ao Brasil a partir de um modelo de negócios mais flexível”, afirmou o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, em nota.
Em junho deste ano — quando a nova regra completou um ano de vigência — a Anac afirmou que só avaliaria o impacto da resolução em 2022. Na ocasião, o gerente de acompanhamento de mercado da associação, Cristian Reis, afirmou que seria “irresponsável” fazer qualquer análise naquele momento.
Segundo o mais recente relatório de tarifas domésticas da Anac, as passagens ficaram 3,9% mais baratas no segundo trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Ficaram em média de R$ 321,78. Considerando a média do primeiro semestre, no entanto, houve uma leve alta de 1,5%, para R$ 342,94.
FONTE: Agência O Globo
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