Ministros da Corte de Contas acreditam que, como há uso de recursos públicos na auditoria, Forças Armadas estão sujeitas ao acompanhamento e a possíveis sanções do tribunal
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, encaminhou um pedido do Ministério Público junto ao TCU ao Ministério da Defesa, no qual o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado solicita que os militares informem o resultado da auditoria paralela que realizaram nas urnas eletrônicas no primeiro turno das eleições.
Em um curto despacho, Bruno Dantas encaminha o pedido formulado por Lucas Furtado para manifestação do Ministério da Defesa, sem estipular nenhum prazo para a resposta dos militares.
No pedido da última sexta-feira, o membro do MP-TCU afirmou que o Ministério da Defesa deveria conceder ao Tribunal “com urgência” as informações. “Considerando que o primeiro turno das eleições ocorreu no domingo passado, o que possibilitaria uma análise inicial dos sistemas de votação pelos agentes fiscalizadores”, assinalou o procurador no pedido.
Furtado ainda diz que é dever do TCU assegurar o princípio da publicidade e da transparência dos atos administrativos”.
Na quinzena que antecedeu a realização do primeiro turno das eleições, o TCU já havia enviado questionamentos aos militares a respeito dos objetivos do Ministério da Defesa sobre a checagem paralela das urnas. Em entrevista coletiva à época, Bruno Dantas explicou que os questionamentos foram enviados às forças armadas na intenção de incluir os procedimentos nos militares no âmbito da auditoria que o TCU está fazendo no processo eleitoral.
No dia das eleições, o TCU conferiu informações de 560 urnas e, de acordo com o presidente do Tribunal, ministro Bruno Dantas, nenhuma inconsistência foi verificada. Antes no pleito, no entanto, ele negou que a apuração serviria para contrapor os militares. “Não temos intenção de contrapor quem quer que seja, mas se houver divergência, sabemos quais critérios que nossos auditores seguiram.”
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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