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Talibã celebra um ano da retirada das tropas dos EUA

Regime que governa o Afeganistão comemorou o que chama de “Dia da Liberdade” com um desfile de veículos militares estrangeiros capturados.

O Talibã comemorou nesta quarta-feira (31/08) o primeiro aniversário da retirada do Afeganistão das tropas lideradas pelos Estados Unidos. Os governantes de fato do Afeganistão comemoraram a tomada de Cabul com cânticos de vitória e um desfile que exibiu equipamentos deixados para trás pelas forças internacionais. Os meios de comunicação estrangeiros não tiveram acesso ao evento.

Pelo Twitter, um porta-voz do regime talibã desejou aos afegãos um feliz “Dia da Liberdade”. Em um comunicado separado, o governo disse que o dia marcou “a liberdade do país da ocupação americana”.

“Tantos mujahideen [combatentes] foram feridos [ao longo dos anos], tantas crianças ficaram órfãs e tantas mulheres ficaram viúvas”, escreveu.

Grupos de combatentes do Talibã marcharam, enquanto helicópteros sobrevoavam o local, mostrou a televisão estatal.

Veículos militares apreendidos na guerra ou deixados para trás durante a retirada das tropas estrangeiras em 2021 foram exibidos como parte das comemorações. Na noite de terça-feira, houve queima de fogos de artifício em Cabul.

Faixas comemorando as vitórias contra os EUA, a União Soviética e o Reino Unido também foram estendidas na capital afegã. As tropas soviéticas deixaram o Afeganistão em 1989 após um conflito de nove anos, enquanto o Império Britânico travou três guerras no Afeganistão nos séculos 19 e 20.

Talibã reitera exigências

No dia do aniversário da retirada das últimas forças lideradas pelos EUA, o governo talibã reiterou suas exigências para ser reconhecido internacionalmente como o governo legítimo do Afeganistão.

“A experiência dos últimos 20 anos pode ser um bom guia. Qualquer tipo de pressão e ameaças sobre o povo do Afeganistão nos últimos 20 anos falhou e aumentou a crise”, disse o Talibã em comunicado.

O regime afirmou na declaração que o Emirado Islâmico do Afeganistão, nome oficial do estado administrado pelo Talibã, é o “governo legítimo do país e o representante da corajosa nação afegã”.

O Talibã pediu à comunidade internacional que permita um governo islâmico independente no Afeganistão, que tenha “interação positiva com o mundo”.

A comunidade internacional pressiona para que o Talibã respeite os direitos humanos, sobretudo das mulheres. No ano passado, quando tomaram novamente o poder, os islamistas prometeram uma versão mais branda do regime linha-dura que caracterizou seu primeiro comando do Afeganistão, de 1996 a 2001.

Mas a promessa dos talibãs não foi cumprida, principalmente no que diz respeito aos direitos das mulheres. Muitas restrições de liberdade às afegãs foram reimpostas pelo grupo. O Talibã fechou escolas secundárias para meninas, impediu mulheres de exercerem vários cargos e obrigou jornalistas e apresentadoras de telejornais a cobrirem os rostos, por exemplo.

A partida das forças dos EUA em 31 de agosto de 2021 marcou o fim da guerra mais longa de Washington. Cerca de 66 mil soldados afegãos e 48 mil civis foram mortos durante o conflito de duas décadas, bem como mais de 2,4 mil soldados americanos.

FONTE: REUTERS COM AFP E DEUTCHE WELLE

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