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Rússia lança primeiro bombardeio na Síria

Ataque aéreo atingiu região próxima a Homs. França abre investigação contra governo de Assad

 

MOSCOU — A Rússia realizou o primeiro bombardeio aéreo na Síria, após o Parlamento russo conceder nesta quarta-feira permissão ao presidente Vladimir Putin para deslocar as forças militares ao país de Bashar al-Assad. O ataque atingiu regiões próximas a cidade de Homs, segundo uma autoridade militar americana, informou a CNN.

Segundo a rede de notícias americana, os russos informaram aos Estados Unidos que não vão sobrevoar a mesma área dos aviões de guerra americanos, mas não forneceram informações geográficas sobre onde pretendem atacar. A CNN informou que há mais de 600 soldados russos na base aérea de Latakia, na Síria, apesar de Sergei Ivanov, chefe de administração do Kremlin, afirmar que a votação parlamentar não supõe que as forças terrestres russas irão se engajar no conflito, e que o uso militar se refere apenas à força aérea do país.

De acordo com Ivanov, o envio de tropas é uma resposta a um pedido do presidente sírio, Bashar al-Assad, que pediu ajuda a Moscou para combater grupos terroristas.

— O presidente da Síria pediu assistência militar à liderança do nosso país — disse Ivanov, depois da votação rápida em uma sessão fechada no Conselho da Federação, a Câmara alta do Parlamento russo. — O principal objetivo é lutar contra o terrorismo e apoiar as autoridades legítimas na Síria.

Entretanto, Ivanov ressaltou ainda que a ação terá limites precisos, não se prolongará por tempo indefinido e não é um indicativo de que as forças russas vão participar do conflito na Síria.

Para coordenar os bombardeios, a Rússia enviou especialistas militares a um centro Bagdá, informou o ministério da Defesa. O projeto, anunciado em conjunto com o Iraque e Irã, já está em operação, recolhendo dados e imagens de satélites para ajudar no combate aos jihadistas.

Alguns meios de comunicação do Oriente Médio disseram que aviões militares russos já começaram os ataques aéreos na Síria. O Kremlin negou-se a confirmar esta informação.

A Rússia aumentou nas últimas semanas sua presença militar na Síria, principalmente ao redor da cidade de Latakia. As ações provocaram preocupação no Ocidente, que questiona os objetivos russos no país. Enquanto Moscou apoia as forças de Assad contra os extremistas do EI e rebeldes do regime, as nações ocidentais condenam as ações do presidente. Na segunda-feira, inclusive, Barack Obama chamou Assad de tirano, acusando o líder sírio de “matar seu próprio povo”.

A última vez que o parlamento russo Putin garantiu o direito de enviar tropas ao exterior, uma exigência técnica da lei russa, foi quando Moscou anexou a Crimeia no ano passado.

FRANÇA INVESTIGA REGIME SÍRIO

Segundo a agência AFP, a França abriu uma investigação penal por crimes contra a humanidade cometidos pelo governo sírio de Bashar Al-Assad entre 2011 e 2013. O anúncio da ação acontece no momento em que a crise na Síria e a busca por soluções para o conflito dominam a agenda da 70ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

— Diante desses crimes que ferem a consciência humana, diante dessa burocracia do horror, diante dessa negação dos valores de humanidade, temos a responsabilidade de agir contra a impunidade desses assassinos — afirmou o ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius, em declaração à AFP.

A investigação se baseia em particular no testemunho de César, um ex-fotógrafo da Polícia Militar síria, que fugiu de seu país em julho de 2013 com 55.000 imagens chocantes de corpos torturados.

— O ‘informe César’ – milhares de fotos insuportáveis, autenticadas por vários especialistas, que mostram cadáveres torturados e mortos de fome nas prisões do regime – atesta a crueldade sistemática do regime de Bashar al-Assad — declarou Fabius, que participa da Assembleia em Nova York.

A AFP informou que o chanceler francês pediu à ONU e à Comissão de Investigação Internacional para agir sobre a Síria “para seguir adiante com determinação intensificada” as investigações.

O presidente francês, François Holland, destacou, em discurso na ONU, na segunda-feira, a exclusão de Assad em qualquer solução política para o conflito: “não se pode fazer as vítimas e o algoz trabalharem juntos”, relatou a agência de notícias.

 

Fonte: oglobo

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Gomes Oliveira

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