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Receita Federal investiga banda Aviões do Forró por sonegação de R$ 50 milhões

Órgão teve acesso a e-mails da empresa responsável pela banda com informações sobre valores que excedem o total declarado no Imposto de Renda. Banda afirma que forneceu à Justiça dados para averiguação da contabilidade da empresa.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu nesta quinta-feira simplificar as regras para a elaboração e divulgação de demonstrações financeiras pelos bancos e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central e passou a exigir que a publicação desses documentos seja feita somente na internet.

​Segundo o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, João Andre Pereira, apenas as demonstrações anuais ainda precisarão ser também publicadas em jornal de grande circulação, como demanda a Lei das Sociedades Anônimas.

A A3 Entretenimento, empresa responsável pela banda Aviões, é investigada pela Receita Federal por sonegar um total de R$ 50 milhões, entre 2014 e 2016. Documento obtido pelo G1 revela incompatibilidades entre transações bancárias feita pela empresa e o valor declarado à Receita Federal.

“De 2014 a 2016, verificaram-se que há indícios de omissão quando comparamos as receitas declaradas à Receita Federal com os créditos em bancos registrados”, diz o documento. Em 2016, integrantes da banda tiveram de prestar depoimento à Polícia Federal por suspeita de fraude.

O documento da Receita Federal revela uma troca de e-mails entre A3 e Art Soluções, duas marcas do mesmo grupo empresarial, com informações sobre pagamentos de despesas da banca na época, que excedem os valores declarados ao órgão federal.

O dossiê registra também a convocação das empresas envolvidas para prestar esclarecimentos, assim como os cantores Xand Avião e Solange Almeida.

A Receita Federal informou que as “fiscalizações têm sido abertas, com a notificações de todos os envolvidos, por meios legais, mas que está impedida de confirmar a veracidade das informações por ter o dever de preservar o sigilo de todos”, afirmou em nota.

“A divulgação de informações sobre o caso ocorrerá após o processo tornar-se público, ao final de decisão administrativa ou sentença judicial”, conclui.

Procurada pela reportagem, a Art Solução não se manifestou até a publicação desta matéria.

A banda Aviões afirmou por meio de nota que a empresa já compareceu espontaneamente à Justiça e forneceu “todas as informações necessárias para a averiguação da contabilidade da empresa”. Veja a nota na íntegra abaixo.

Desabafo de Solange Almeida

Nas redes sociais, a cantora Solange Almeida afirmou na tarde desta quinta (30) que o público “não tem ideia” do que ela passou quando era cantora da Aviões.

“Vocês não têm ideia de tudo que eu passei, mas uma hora vocês vão saber, porque eu, mais uma vez, pensei em sabe quem? Nos outros. Para não prejudicar famílias perfeitas, pessoas inidôneas, sinceras para o escândalo não ser bem maior do que o que está sendo”, declarou.

Ela não deixou claro se o desabafo tem relação com a investigação da Receita Federal. Questionada pelo G1, a assessoria da cantora não se manifestou sobre o caso. Nesta quarta-feira (29), o G1 divulgou que Solange Almeida cobra R$ 5 milhões da banda Aviões na Justiça, correspondente a sua participação no grupo.

A banda também se posicionou sobre o pedido de indenização da Solange Almeida à empresa, e pontuou que é uma negociação judicial que será resolvida diante dos diretos de cada parte.

Veja nota completa da banda na íntegra:

A empresa Aviões do Forró esclarece por meio de nota que a “Ação de Prestação de Haveres” movida pela artista Solange Almeida é a via judicial adequada para a verificação e aferição de direitos e obrigações atribuíveis aos sócios que eventualmente se retiram das sociedades à qual integram.

Tal procedimento se encontra em fase de apresentação da contestação, onde serão fornecidos à justiça todos os documentos e elementos técnicos de suporte à definição de direitos e obrigações da sócia que se retirou, quer perante à sociedade, quer perante os sócios remanescentes.

O desfecho de tal procedimento depende de análises e definições periciais, por profissional indicado pela justiça. Sobre o procedimento fiscal deflagrado no ano de 2016, a empresa informa que já compareceu espontaneamente perante à autoridade fiscal e forneceu elementos contábeis necessários à aferição dos tributos devidos, tendo, inclusive, aderido ao REFIS – já consolidado, estando pagando pontual e regularmente tais obrigações.
FONTE: G1.COM

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