Policial

Rebelião PEC: Presos não pouparam atos de crueldade durante o motim

A penitenciária começou a ser tomada pelos presos bem cedo, por volta das 6h, quando os agentes estavam servindo o café.

A medida que as horas passavam, o movimento crescia. Os presos tomaram conta da estrutura e empunharam bandeiras do PCC.

Dois agentes e vários presos foram mantidos como reféns. Cruelmente agredidos tiveram o corpo perfurado por estoques, foram torturados com socos, chutes, violência de todas as formas e aos olhos de todos. Os reféns ficaram sem roupa. A calça foi amarrada ao pescoço para um dos presos que teve uma corda amarrada ao pescoço. Cenas de horror e pânico.

Os presos estavam dispostos a tudo e mostraram isso em todos os momentos. Flagramos quatros reféns sendo arremessados do alto do telhado da penitenciária.

Um foi jogado de ponta cabeça, a uma altura de 12 metros. Outro, também não teve chance de defesa, foi arremessado pelos próprios colegas. O terceiro conseguiu se segurar em um fio, tentou suportar ao máximo, lutava para evitar a queda, mas acabou caindo. O quarto refém foi arremessado do alto da Penitenciária, bem no momento em que a nossa equipe de reportagem gravava uma entrevista.

Uma das vítimas foi Gilmar de Lima, o padrasto da menina Rafaela Trates. Ele foi julgado e condenado pela justiça e agora teve a sentença de morte decretada pelos colegas.

O Corpo de Bombeiros, Siate, várias viaturas estavam ali para prestar o socorro, mas não havia possibilidade de entrada na penitenciária.
O policiamento foi reforçado.

Os familiares e a imprensa foram isolados das proximidades da PEC e foi aí que começou o desespero.

O desabafo veio também dos agentes. A polícia militar foi a primeira a dar notícias.

Depois a comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Os presos começaram a ser transferidos da PEC para a PIC no final da tarde.

Ao ver o ônibus os familiares corriam desesperados em busca de notícias, de ver o parente preso pelo vidro do veículo lotado de detentos. Até a tarde eram pelo menos 36 presos que foram distribuídos entre os presídios de Francisco Beltrão, Maringá e a PIC, penitenciaria vizinha a PEC e assim a Penitenciaria de Cascavel ganhava fôlego, conforme o rebelados exigiam.

No tumulto, uma viatura passou em cima do pé de uma menina de 12 anos de idade.

Enquanto isso, a mãe de um preso tentava aos gritos desabafar a sua angústia.

Outros familiares tentavam pelo muro ver algo que acontecia do outro lado, com a intenção de ter alguma notícia.

Uma mulher viu a foto do marido na internet e se desesperou.

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