O lançamento do disco Viva é o primeiro registro da formação atual, que tem no vocal Rodrigo Suricato
O novo disco do Barão Vermelho, “VIVA”, parece usar as letras maiúsculas do nome para destacar um verdadeiro renascimento da banda. O último disco de inéditas do grupo saiu há 15 anos. “Foi quase como quebrar uma maldição”, diz o baterista Guto Goffi, um dos fundadores do quarteto, que daqui a dois anos fará 40 anos de estrada.
O lançamento também é o primeiro registro da formação atual, que tem outro fundador, o tecladista Maurício Barros. Completam a escalação o guitarrista Fernando Magalhães e, no vocal, Rodrigo Suricato. Este cumpre animado a missão de ocupar o lugar que foi de Cazuza, no início dos anos 1980, e de Frejat, até 2004.
Há dois anos, o quarteto roda a turnê “Barão pra Sempre”. Segundo eles, o momento é de “uma banda feliz no palco, com um repertório consagrado”.
Suricato parece duplamente feliz. Multi-instrumentista, ele está lançando seu terceiro álbum, “Na Mão as Flores”. Neste sábado (24), o Barão apresenta em São Paulo o novo repertório, na Casa Natura.
No dia 29, Suricato mostra seu show solo, no Theatro Net.Os dois discos contam só com composições recentes. “Letras e músicas resolvidas nessa panela, com os quatro integrantes”, diz Goffi. “Para deixar claro que não é uma volta oportunista. Queremos seguir.”
Na reorganização da banda, foi essencial o retorno integral de Maurício Barros. “Fundamos isso. Um é o pai do Barão. O outro é a mãe”, brinca Goffi. Foi Barros o responsável pelo convite ao novo vocalista. “Não conhecia pessoalmente o Suricato, mas o considerava a maior revelação do rock brasileiro dos últimos tempos. Ouvia e pensava: ‘Esse cara tem um borogodó a mais'”, conta Goffi.
O álbum “VIVA” tem o DNA inegável das raízes do grupo. “Tudo por Nós 2” é rock acelerado e empolgante, enquanto “Eu Nunca Estou Só” é verdadeiro blues estradeiro. Esses dois pilares que sustentam o som do Barão se cruzam em “A Solidão te Engole Vivo”, talvez a mais poderosa do repertório.
Em sua jornada dupla, Suricato levou ao pé da letra a proposta de carreira solo. No novo álbum, ele fez tudo: escreveu, tocou, cantou, produziu. Diz que não foi intencional. Pretendia gravar esse terceiro álbum ainda acompanhado de outros músicos, mas ficou tão mergulhado no estúdio que não conseguiu evitar. “Escrevi 30 músicas, dessas saíram as dez do álbum. Tinha inveja da maneira como eu tocava nos discos dos outros. Gravei com Fito Paz, Moska, Ana Carolina. Quis contratar esse Rodrigo instrumentista para trabalhar para mim”, brinca.
“Na Mão as Flores” tem rock, mas surge mais forte um lado folk, baladeiro, com letras celebrando coisas boas. “Acho que devo ser posto na prateleira das ‘good vibes’. Tenho um direcionamento positivo. O Barão tem uma potência sonora ligada ao rock, e a linguagem no meu trabalho me dá liberdade de ser mais pop. O Barão flerta com o pop. “Na turnê solo, Suricato entra sozinho no palco.
Ele se diz apaixonado pela estética dos músicos de rua – aqueles que tocam vários instrumentos ao mesmo tempo. “Violão nas mãos, gaita na boca, pedal de bumbo no pé, isso tem uma linguagem meio circense, né? “Nos últimos quatro anos, ele pesquisou para passar dessa estética rudimentar a uma performance apurada. “Subo no palco sozinho, toco quase tudo na hora, só me permito algumas programações digitais”, diz o artista “fominha”.
FONTE: FOLHAPRESS
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