Justiça

PSL monta “Kit Obstrução” para impedir funcionamento da CPI das Fake News

O rumo imprevisível da ‘CPI do Fim do Mundo’ preocupa os Bolsonaros e os parlamentares do PSL

O PSL está preocupado com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News, que, em razão do potencial das descobertas que possam vir a surgir dali, tem sido chamada de nova “CPI do Fim do Mundo”. Em 2005, quando a CPI dos Bingos dinamitou as estruturas do PT, essa foi a alcunha dada à comissão pelo então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Num drible ao governo no Senado, a oposição liderada pelo então PFL (hoje DEM) conseguiu instalar a investigação, que se propôs a apurar todo tipo de denúncia que surgia contra o governo.

A deputada Caroline de Toni (PSL-SC) é transparente sobre o temor do partido e do governo em relação à CPI. Ela diz que os colegas de colegiado têm um só alvo: o presidente Jair Bolsonaro. Segundo seu requerimento de criação, assinado por senadores e deputados de diferentes colorações partidárias, a comissão pretende investigar, nos próximos seis meses, “os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público; a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018; a prática de ciberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos; e o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio”.

Por ora, o que tem ganhado atenção no caso da CPI das Fake News, além do embate entre oposição e governo, é o amplo leque de tentativas de convocação. Compõem uma extensa lista nomes como a presidente do TSE, Rosa Weber; o youtuber Felipe Neto; a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge; o cantor Caetano Veloso; representantes das empresas de redes sociais no Brasil; e representantes de empresas que trabalharam na campanha de Bolsonaro.

Como contra-ataque, o partido montou um “kit obstrução” para tentar impedir o funcionamento da comissão, revivendo a prática clássica do parlamento de usar os mecanismos do regimento interno para manobrar uma votação. Entre os hábitos mais recorrentes estão pedidos de leitura de ata — a dispensa é praxe no Congresso —, apresentação de recursos, solicitação de esclarecimentos e exigência de direito de resposta.

FONTE: ÉPOCA

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