Comparação é sobre o mesmo mês do ano passado.
No acumulado de janeiro a setembro, setor encolheu 18,5%
A produção de veículos no Brasil recuou 2,2% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados pela associação de fabricantes (Anfavea) nesta quinta-feira (6).
Foram montados no total 170.815 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. É o menor número para o mês de setembro desde 2003, quando saíram 155 mil unidades.
O volume mostra certa estabilidade com relação a agosto, que teve 177.726 unidades – uma diferença de apenas 3,9%.
“Observamos que uma de nossas associadas, que teve problemas, ajudou este número a ficar inferior”, disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale, em referência à Volkswagen, que ficou parada praticamente metade do mês.
No acumulado de janeiro a setembro, o setor apresenta encolhimento de 18,5%, com 1,55 milhão de unidades fabricadas, contra 1,90 milhão no mesmo período do ano passado.
A produção nacional nos 9 primeiros meses do ano também voltou a um patamar apenas superior ao de 2003, que teve 1,21 milhão de unidades. No entanto, a capacidade instalada é muito maior agora.
Emprego
Segundo os dados da Anfavea, cerca de 9 mil postos de trabalho foram cortados nas fabricantes nos últimos 12 meses, sendo 5 mil vagas apenas neste ano, de janeiro a setembro. “A queda de 1,1% no número de empregos de agosto a setembro se deve principalmente aos programas de demissões voluntárias”, explicou Megale.
O setor, que chegou a empregar diretamente quase 160 mil pessoas em 2013, agora tem 124 mil funcionários – um “enxugamento” de 21% na mão de obra em 3 anos.
No final de setembro, 7.350 trabalhadores estavam com alguma restrição na jornada, sendo 2 mil em lay-off e 5.350 no Plano de Proteção ao Emprego (PPE). O número é bem menor do que o divulgado no final de agosto, quando 22,3 mil estavam afastados, com contratos suspensos ou com a carga horária reduzida.
Vendas
Na véspera, a associação de concessionários (Fenabrave) divulgou queda de 20% nas vendas de carros novos em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o mercado brasileiro encolheu 22,7%, de 1,95 milhão para 1,55 milhão de unidades.
“51,9% das vendas foram feitas por financiamentos, que é o piso, isso porque a greve dos bancos atrapalhou”, disse o presidente da Anfavea.
“Acreditamos que as medidas econômicas devem ser aprovadas, como a do limite de gastos do governo”, completou. “Esperamos um retorno positivo neste final de ano.”
Mercado externo
As exportações de veículos montados somaram 38.779 unidades, o que representa um leve recuo de 3,5% sobre agosto, mas uma alta de 15,8% na comparação com setembro de 2015. No ano, as vendas para outros países cresceram 19,2%.
“Temos uma tendência ainda positiva nas exportações, apesar da queda de agosto para setembro. O número poderia ser maior se uma de nossas associadas tivesse regularizado a produção”, disse Megale, novamente em referência à Volkswagen.
Expectativas otimistas
A Anfavea ainda projeta uma redução de apenas 5,5% na produção ao final do ano, com relação a 2015, mas o acumulado de 18,5% até setembro já acendeu um alerta. “As previsões para o ano ainda estão mantidas, mas o desempenho tem nos gerado preocupações”, afirmou Megale.
Fonte: EBC
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