Segundo proposta, novo premier e conselho de ministros governam até eleições em maio
PORTO PRÍNCIPE — O primeiro-ministro do Haiti, Evans Paul, renunciou ao cargo nesta terça-feira como forma a facilitar o caminho de formação de um governo interino para suceder o presidente Michel Martelly, cujo mandato termina no domingo. Segundo fontes oficiais, Paul escreveu na segunda-feira a carta de demissão, que já foi entregue ao presidente, em um momento em que as autoridades temem o agravamento da instabilidade política no país depois de uma eleição frustrada e violentos protestos nas ruas no mês passado.
De acordo com uma proposta apresentada por Martelly e líderes do Parlamento, o substituto de Evans Paul será eleito por consenso e aprovado pelos legisladores e pelo mandatário durante esta semana. A intenção é que o novo premier governe junto a um conselho de ministros depois que o atual presidente deixe o cargo em 7 de fevereiro e deve convocar eleições e entregar o poder em maio, informou o congressista Gary Bodeau.
Os nomes do senador Andris Riche e do empresário Reynold Deeb são cotados para primeiro-ministro, segundo o senador Carl Murat Cantave.
— Vamos trabalhar de forma implacável. Não dormiremos, se for necessário, para ter certeza de que há um governo organizado em 7 de fevereiro e que os as medidas necessárias foram tomadas para completar o processo eleitoral — ressaltou Cantave.
Mas não é certo que a renúncia de Paul tenha destravado o impasse com a oposição. Os grupos opositores insistem que Martelly e Paul — nem ninguém considerado parte da administração do presidente – não devem organizar as eleições. Eles propuseram ainda que um governo interino fosse organizado pela Suprema Corte do país.
Os Estados Unidos, que ofereceram US$ 33 milhões para ajudar na organização dos comícios, temem que um governo interino se instale definitivamente no poder e deixe o Haiti sem um presidente democraticamente eleito. A nação mais pobre do continente americano tenta cimentar uma democracia estável desde a década de 1980, após anos de ditadura da família Duvalier.
Fonte: oglobo
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