Brasil

Prefeito e governador concordam que só a privatização salva a Caerd

Em almoço num restaurante da Capital, Dr Hildon e Confúcio Moura alinharam ações sobre água e esgoto para a capital

A transferência da concessão da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) para a iniciativa privada, seja por meio da privatização comandada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), seja por meio de Parcerias Público Privada (PPP), é o único caminho para tirar a companhia da insolvência e, ao mesmo tempo, garantir a expansão da rede de água tratada para 100% da capital e a implantação da rede de esgotamento sanitário.

Essa é a conclusão a que chegaram o prefeito dr Hildon Chaves e o governador Confúcio Moura que na quarta-feira (17) almoçaram juntos num restaurante da capital para tratar deste e de outros assuntos como a construção da rodoviária. Nesta quinta-feira (18), dr Hildon reuniu jornalistas em seu gabinete numa coletiva de imprensa para falar das medidas que serão adotadas daqui pra frente para decidir o futuro da Caerd e por em marcha o projeto de saneamento básico da capital.

Por enquanto a situação da Caerd está sendo analisada por uma consultoria indicada pelo próprio BNDES, para escolher o melhor caminho a ser seguido. O prefeito disse que vai aguardar os estudos e adiantou não ter a vaidade de ser o ‘protagonista principal’ do que vier a ser feito. “O que eu quero é que se resolva o problema dos moradores que não tem água tratada nem esgoto. Não podemos mais admitir o primitivismo da falta de água encanada nas casas e o esgoto correndo a céu aberto em vários pontos da cidade”, disse o prefeito.

O governador Confúcio Moura convidou dr Hildon para participar no próximo mês de uma audiência em Brasília com a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, para tratar do processo de privatização que foi oferecido pelo governo federal por intermédio de financiamento do banco. “Nós temos aqui na capital um terço de toda a população do Estado. Isso é um indicador de muito peso e o governador entende que é preciso dar uma resposta à essa parcela da população”, disse.

Dr Hildon disse que a Prefeitura está trabalhando na construção do Plano Municipal de Saneamento Básico e afirmou que “nos próximos 40 a 50 dias teremos boas notícias para os moradores de Porto Velho”.

UBER

Na entrevista coletiva, o prefeito aproveitou para manifestar também o posicionamento da Prefeitura com relação ao transporte de passageiros por meio do aplicativo Uber. Segundo ele, assim como qualquer outra iniciativa, pode trabalhar desde que legalizado. “Tem que vir à Porto Velho, se cadastrar, cadastrar os motoristas, pagar imposto, enfim, se regularizar para trabalhar de forma legal. Não podemos permitir a concorrência com quem está regular e paga seus impostos”, disse o prefeito numa referência à disputa com os taxistas.

O prefeito condenou, entretanto, as agressões sofridas por dois motoristas do Uber na manhã de quarta-feira (17) quando foram espancados e tiveram seus carros destruídos por um pequeno grupo de taxistas inconformados com o que consideram concorrência desleal. “Não é com o uso da força e da violência que se reivindica supostos direitos”, reprovou o prefeito que é a favor de ampliar o debate com toda a sociedade entes de chegar a uma conclusão.

O secretário municipal de Transportes e Trânsito, Marden Negrão, também criticou a forma com que o serviço de transporte entrou na cidade. “Chegou se anunciando nas redes sociais e já começa a transportar sem procurar antes se regularizar, tomando espaço de pais de famílias que estão no mercado trabalhando de forma regular. Não podemos abrir mão da regulamentação, pois corremos o risco de deixar um vazio perigoso”, alertou, afirmando que a fiscalização de rotina feita no combate ao transporte clandestino poderá punir eventuais motoristas que forem flagrados realizando o serviço.

PSDB

O prefeito respondeu também a questionamentos acerca da turbulência política decorrente da delação do dono do grupo JBS. Com relação ao suposto envolvimento do presidente de seu partido, o senador Aécio Neves, segundo gravações vazadas, dr Hildon defendeu o afastamento do líder partidário, coincidentemente no exato momento em que, em Brasília, durante reunião com a Executiva do partido Aécio Neves entregava o pedido de licenciamento para cuidar da sua defesa, exatamente como sugerira o prefeito de Porto Velho.

“Não é só o Aécio Não. Se comprovado, todos devem ser responsabilizados, doa a quem doer. Não devemos agir igual ao PT. O Brasil está sendo passado a limpo e não tem que passar a mão na cabeça de ninguém”, posicionou-se dr Hildon que lamentou os primeiros impactos na frágil economia brasileira. “Em uma hora o dólar subiu 8% e a bolsa caiu 10 pontos. Teve que ser fechada”, observou.

Texto e fotos Comdecom

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