Reaberturas muito rápidas e protestos podem contribuir para que haja uma aceleração e aumento de transmissão do novo coronavírus
O temor de uma segunda onda de infecções de covid-19 cresceu nesta sexta-feira (12) devido a um aumento diário recorde na Índia, alertas contra a complacência na Europa e notícias de que em alguns estados norte-americanos os leitos hospitalares estão sendo ocupados com rapidez.
Além disso, Reino Unido registrou considerável aumento no númetro de mortes das últimas 24 horas.
Nos últimos dias, autoridades de saúde de todo o mundo expressaram o receio de que alguns possam suspender as restrições rápido demais, na tentativa de reerguer a economa. Outro medo é de que a covid-19 possa se disseminar mais durante protestos antirracismo.
Wall Street sofreu sua pior queda em três meses na quinta-feira (11) por causa do temor de uma recaída, e nesta sexta-feira ações de todo o globo mantiveram uma sequência de perdas de quatro dias.
Na China, onde o novo coronavírus surgiu, dois casos novos de covid-19 foram registrados na capital um dia depois de o governo municipal adiar planos para que alguns estudantes voltassem às escolas.
A Índia reativou a maior parte do transporte público, escritórios e shopping centers nesta semana depois de quase 70 dias, embora as autoridades de saúde tenham dito que o país ainda levará semanas para achatar a curva crescente de infecções.
Nesta sexta, o país relatou um aumento diário recorde de casos do novo coronavírus e se tornou o quarto país mais atingido do mundo, o que cria a perspectiva da volta de um isolamento dias depois de ele ser suspenso.
Embora as novas infecções estejam diminuindo na maior parte da Europa, especialistas de saúde veem um risco entre moderado e alto de aumentos pós-isolamento justificarem novas restrições.
No Reino Unido, a ascensão dos números acontece enquanto o primeiro-ministro, Boris Johnson, segue com a decisão de relaxar medidas de restrição impostas para tentar combater o contágio do vírus.
“A onda inicial de transmissão passou do pico em todos os países, tirando Polônia e Suécia”, disse o ECDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças Europeu), prevendo uma aceleração moderada no continente nas próximas semanas.
O centro observou, porém, que agora os governos têm medidas de controle para verificar e reverter tendências de alta dentro de duas a três semanas.
Andrea Ammon, diretora do ECDC, enfatizou a importância de se manter o distanciamento físico, a higiene das mãos e o que chamou de “etiqueta respiratória”.
O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse em uma cerimônia realizada em Genebra no final de quinta-feira que “a ameaça de um ressurgimento continua muito real”.
FONTE: Reuters, com EFE e R7
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