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Porta azul dá acesso à ‘sala de abusos sexuais’ de João de Deus, dizem mulheres

Porta de ferro dá acesso ao jardim dos fundos da Casa, espaço pouco frequentado pelos visitantes, onde há uma gruta de pedra

Um dos principais objetivos dos mandados de busca e apreensão ordenados pela Justiça no centro espiritual mantido por João de Deus, em Abadiânia, na terça-feira (18), foi examinar minuciosamente o local onde teriam ocorrido os abusos sexuais, de acordo com a acusação de mais de 500 mulheres.

Todas as mulheres ouvidas pelo GLOBO descreveram o local de forma similar: uma pequena sala, nos fundos da Casa, onde se realizavam “cirurgias espirituais”. Uma porta de correr, de ferro, pintada de azul, seria a entrada externa para este espaço. Uma das mulheres que afirma ter sido abusada sexualmente pelo médium confirmou a informação ao GLOBO após ver uma foto do local.

Na Casa de Dom Inácio de Loyola, todas elas contam que aguardavam do lado de fora, ao pé da rampa, antes ou após as sessões, em uma fila formada exclusivamente por mulheres. Elas eram sempre posicionadas ao final desta fila.

A porta de ferro dá acesso ao jardim dos fundos da Casa, espaço pouco frequentado pelos visitantes, onde há uma gruta de pedra. Do lado de dentro, de acordo com as mulheres, a sala tem uma porta de vidro, com uma cortina de pano.

— Só havia uma porta de vidro com uma cortina entre o lugar no qual ficávamos e a sala (de cirurgias), onde muitas pessoas o esperavam — conta uma das mulheres, sob sigilo. — Saindo dali (após o abuso), ele me levou para a sala, levantou minha mão na frente de todos e disse: “Vocês estão operados”.

De acordo com as vítimas, a sala também tem um sofá — no qual, em muitos relatos, João se sentava para dar início aos abusos, ordenando que as mulheres massageassem sua barriga — e um banheiro. Segundo a holandesa Zahira Lieneke, uma das primeiras a acusar o médium publicamente, foi nesse espaço que ela foi estuprada. Após seu relato, outras vítimas denunciaram às autoridades que também sofreram penetração.

Em depoimento, o médium, que nega os abusos, afirmou que “nunca trancou a porta para atendimentos”. Muitas vezes, segundo ele, era o próprio “paciente” quem a trancava. Todas as mulheres que deram relatos ao GLOBO contam, no entanto, que João ordenava que a porta fosse trancada.

Segundo o Jornal Nacional, a Polícia Civil usou um equipamento chamado luz forense em um dos cômodos da Casa de Dom Inácio. Com ele, é possível enxergar vestígios de esperma, pelos e sangue. A corporação não confirmou o que foi detectado com esse exame. Foram feitas imagens para que a descrição dada em cada um dos depoimentos colhidos seja verificada.

FONTE: Agência O Globo

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