A polícia de Suzano, em São Paulo, pediu a apreensão de um adolescente de 17 anos que acompanhou pelo menos três vezes os atiradores de Suzano Guilherme Taucci e Luiz Henrique Castro ao estacionamento onde eles deixavam o carro usado no crime. Por pelo menos dez dias , os garotos deixaram o veículo parado no local, onde iam de duas a três vezes por dia e ficavam lá até tarde, dentro do veículo. Chegaram algumas vezes com mochilas e sacolas.
A identidade do menor não foi divulgada. Segundo o delegado-geral, Ruy Ferraz Fontes, a polícia espera uma decisão do Juízo da Infância e da Juventude a qualquer momento.
— Existe outra pessoa que teria participado do planejamento mas não podemos dar mais informações — disse Fontes.
Sob a alegação de que a divulgação de informações sobre o suspeito pode atrapalhar as investigações, a polícia não deu detalhes do que teria sido a participação dele no caso. Fontes explicou apenas que a atuação dele teria sido no planejamento da ação. Ele não esteve na cena do crime nesta quarta-feira.
O menor tem 17 anos, foi aluno da Raul Brasil e colega de classe de Guilherme Taucci Monteiro, um dos atiradores ao lado de Luiz Henrique de Castro. Ele já foi ouvido pela polícia.
O delegado-geral apontou Guilherme como o líder do grupo que premeditou o atentado. Ele disse que a polícia tem, por enquanto, indícios de que o massacre vinha sendo arquitetado desde novembro passado.
No período em que Luiz Henrique e Guilherme deixaram o veículo no estacionamento, pediram autorização a um dos donos do estacionamento, Éder Alves, para deixarem o carro estacionado na vaga mais ao fundo e distante da visão da guarita do estacionamento e da rua.
— Eles me pediram para deixar o carro parado lá. Eu conhecia o Guilherme, porque ele já tinha ido várias vezes ao estacionamento quando trabalhava na locadora do tio, o Jorge. Eles deixavam carros estacionados com a gente às vezes – disse Eder, ao sair de depoimento na delegacia de Suzano.
Segundo o proprietário do estacionamento, os garotos chegaram pela primeira vez com o carro, um Ônix branco, no dia 21 de fevereiro. Até o dia 25, entraram e saíram algumas vezes com o veículo e acompanhados de um terceiro rapaz.
Seria um rapaz jovem como eles, alto e magro, segundo Eder, que não soube confirmar se ele também era aluno da escola. A polícia não confirma que há um terceiro rapaz sendo investigado.
— Eram sempre educados, e pagavam em dinheiro. O mais velho não sabia dirigir direito. Uma vez me ofereci para manobrar o carro e ajudar, mas não me deixaram – diz Eder.
O dono do estacionhamento diz que nunca entrou no carro. A chave não ficava no local. Do dia 25 ao dia 7 deste mês, os adolescentes deixaram o carro estacionado ali.
Nesse período, Guilherme e Luiz Henrique iam ao estacionamento na maioria das vezes à tarde, sem o terceiro rapaz. Ficavam até a madrugada dentro do carro.
— O vigia até estranhou no começo, mas eu já conhecia o Guilherme antes, então peguei confiança, ele sempre estava lá, não despertava suspeita. Eles perguntaram se tinha problema ficar ali, na vaga mais perto da parede. Era a de menor visibilidade da frente, ficava perto da parede. Chegavam com mochilas e uma vez com uma sacola.
Segundo Eder, eles nunca disseram ou fizeram nada que provocasse desconfiança. Tiraram o carro do estacionamento no dia 7, menos de uma semana antes do ataque. Pagaram R$ 300. Eder ainda perguntou se eles voltariam e precisariam do estacionamento mais uma vez, e eles responderam que não. O estacionamento fica a duas quadras da escola Raul Brasil.
FONTE: EXTRA
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