Frederick Barbieri ficou conhecido como o ‘Senhor das Armas’ após apreensão de 60 fuzis que no Aeroporto do Galeão. Ele enviava as armas dos EUA para o Brasil escondidas em aquecedores de piscina.
A polícia identificou que parte dos fuzis de Ronnie Lessa apreendidos na última terça-feira (12) tem semelhança com um dos 60 fuzis de Frederick Barbieri apreendidos no Aeroporto do Galeão em junho de 2017. Trata-se de armamentos falsificados com a inscrição HK.
“Um dos fuzis apreendidos do Barbieri é similar a alguns que foram apreendidos com o Alexandre. Dessa forma, a gente consegue saber se é o mesmo fornecedor ou não. Esse fuzil HK é um similar indevido da marca HK, uma falsificação, sem autorização para uso, assim como os encontrados na casa do Alexandre, uma plataforma M16 com uso indevido da marca”, explicou o delegado Marcus Amim, titular da da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).
Barbieri é conhecido como o ‘Senhor das Armas’, ele foi responsável pelo envio de 60 fuzis que foram apreendidos no Aeroporto Internacional do Rio em 2017. As armas estavam dentro de aquecedores de piscina em contêineres vindos de Miami. Já Ronnie Lessa se declarou dono dos 117 fuzis M16 apreendidos na casa de Alexandre Souza, amigo do suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Apenas com a semelhança do material não é possível identificar, segundo a polícia, se Lessa e Barbieri estão envolvidos no mesmo esquema de tráfico de armas, entretanto, pela semelhança, é possível identificar a origem desses armamentos.
Alguns dos fuzis apreendidos com Lessa têm a inscrição HK M27, que não condiz com a plataforma de uso, que é M16.
Armas do tráfico e milícia
Ainda de acordo com a polícia, nos últimos anos, tanto as armas apreendidas com a milícia quanto com o tráfico são armas montadas, não são armas de origem de grandes fabricantes, assim como os fuzis apreendidos do Lessa.
“Elas têm o desenho industrial de armas mais famosas, como Colt, AK e HK, mas são criações, digamos assim, de fundo de quintal”, comenta Amim.
O delegado explica que essas armas não são produzidas por grandes fabricantes, mas que são de muito boa qualidade.
“O fornecimento de armas no Rio de Janeiro está tendo essa característica nos últimos anos, tanto para os narcotraficantes quanto para milicianos. O material é de segunda linha, mas é de muito boa qualidade, acabamento excelente, matéria-prima muito boa, apesar de não ser um equipamento produzido por grandes fabricantes”, acrescenta.
Para a polícia, não é possível precisar se as armas dos traficantes e milicianos, apreendidas pela polícia, têm o mesmo fornecedor aqui no Brasil, ou seja, não é possível identificar ainda se o fornecedor desse armamento é o Barbieri ou o Lessa.
“O que a gente consegue saber é se é uma arma montada, a origem dela, se foi produzida dentro ou fora do país. Mas saber quem é o intermediário, após ela estar comprada, só de ver o equipamento, a gente não consegue identificar”, justifica.
FONTE: G1.COM
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