Segundo o delegado, caso sejam descartados problemas técnicos no avião, inquérito se encaminhará para uma falha humana
A um dia de completar um ano do acidente aéreo que vitimou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, a Polícia Civil de Minas Gerais deu detalhes sobre o andamento das investigações. Segundo o delegado que está à frente da apuração, Ivan Lopes Sales, o órgão aguarda a análise no motor do avião para determinar se houve falha humana.
“Aguardamos os laudos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para ver se, por algum motivo, o motor apresentou algum problema que fizesse com que o piloto voasse tão alto. Se descartarmos falha nos motores, a gente consegue caminhar para a conclusão de uma falha humana. Só reitero que se trata de um acidente”, afirmou durante coletiva.
Por meio de nota, o Cenipa informou que a “investigação está em fase final e terá o menor prazo possível para a conclusão”. De acordo com o comunicado, agora, os técnicos do órgão analisam elementos referentes ao trajeto da aeronave, ao sítio aeroportuário, ao operador, às informações aeronáuticas e à regulamentação associada às operações de táxi-aéreo.
Ainda segundo o delegado, as investigações constataram que as condições meteorológicas eram favoráveis para voo visual no dia do acidente e que já foi descartado qualquer problema que tenha obstruído a visão do piloto. Sobre a sinalização do para-raios da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) atingido pelo avião antes da queda, Sales voltou a dizer que o alerta não é obrigatório no local, pois ele estava fora da zona de proteção do aeroporto e era baixo.
Em relação a uma possível falha da condução da aeronave, o delegado afirmou que dois depoimentos fizeram a polícia constatar que o piloto estava a cerca de um minuto para pousar e que estava abaixo da altura-padrão do terminal.
“Nós já sabemos que o piloto fez uma aproximação fora do padrão, e o documento que lista qualquer obstáculo não a contempla. Descartando qualquer problema na aeronave, a gente caminha para uma falha humana, que criminalmente não terá punição em decorrência da morte”, disse.
Ainda segundo a Polícia Civil, já foi descartado que o piloto tenha sofrido mal súbito ou estivesse sob efeito de drogas no dia da queda. O delegado disse que, até os resultados do laudo do Cenipa, não há prazo para a finalização do inquérito.
Além de Marília, morreram quatro pessoas: o produtor Henrique Ribeiro, o assessor e tio da artista, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana. O acidente aconteceu no dia 5 de novembro do ano passado, na serra de Caratinga, a 295 km de Belo Horizonte.
FONTE: R7.COM COM RECORD TV
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