Polícia viu indícios dos crimes de fraude em licitação, associação criminosa e falsidade ideológica no trecho norte da via. Dersa informou estar interessada em ‘elucidar o caso’ e que o ‘estado adotará as medidas cabíveis’.
A Polícia Federal em São Paulo indiciou 12 pessoas por envolvimento no suposto esquema de desvio de dinheiro das obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. A estimativa é a de que tenha havido superfaturamento de mais de R$ 600 milhões.
Entre os indiciados está Laurence Casagrande Lourenço, ex-presidente da Dersa, empresa de infraestrutura viária do estado de São Paulo.
Em 21 de junho, a PF deflagrou a Operação Pedra no Caminho, braço da Lava Jato em São Paulo que chegou a prender 14 pessoas suspeitas de participação no esquema. Em fevereiro do ano passado, o TCU já apurava indícios de irregularidades no trecho norte do Rodoanel.
A PF considera que os indiciados praticaram os crimes de fraude em licitação, associação criminosa e falsidade ideológica.
O MPF recebeu o inquérito da PF na última sexta-feira (20) e tem uma semana para decidir se oferece denúncia à Justiça, manda arquivar ou pede mais diligências.
Por meio de nota, a Dersa informou que “que juntamente com o Governo do Estado é a maior interessada na elucidação do caso”. “Havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o Estado adotará as medidas cabíveis, como já agiu em outras ocasiões”, diz nota.
O G1 entrou em contato com a defesa de Laurence e os demais indiciados e aguarda retorno.
Mais de R$ 600 milhões com superfaturamento
As investigações, trabalho que vem sendo feito em conjunto entre MPF, PF, TCU e CGU, apontam superfaturamento de mais de R$ 600 milhões nas obras do trecho norte do Rodoanel.
As obras começaram em 2013 e ainda não foram concluídas. Quando o trecho norte estiver pronto, vai ligar a Rodovia dos Bandeirantes à Rodovia Presidente Dutra.
O ex-presidente da Dersa Laurence Casagrande Lourenço acumulou o cargo de secretário de Transportes e Logística do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e deixou a pasta quando Márcio França (PSB) assumiu o governo.
Lourenço presidia a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) quando foi preso na operação deflagrada pela PF em junho. Ele atua no governo tucano há 17 anos e tem passagens pela Secretaria da Segurança Pública e pela Fundação Casa.
A assessoria de imprensa da Cesp informou que ele se desligou da empresa, e a companhia agora tem novo presidente.
FONTE: G1.COM
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