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PF encontra ‘material orgânico aparentemente humano’ em área de busca por indigenista e jornalista inglês desaparecidos

A Polícia Federal disse, nesta sexta-feira, ter encontrado ‘material orgânico aparentemente humano’ no rio próximo ao porto de Atalaia do Norte, que faz parte da área em que se concentram as buscas pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos no último domingo, no Vale do Javari, na Amazônia. Não se sabe ainda a origem do material, que ainda passará por perícia no Instituto Nacional de Criminalística.

Ainda segundo nota da PF, já foi feita a coleta do material genético de referência do jornalista e do indigenista desaparecidos. Ele será utilizado na comparação com amostras de sangue encontradas na lancha de Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, o principal suspeito de envolvimento no desaparecimento da dupla. Amarildo teve sua prisão temporária decretada nesta quinta-feira.

O material genético do indigenista foi coletado em Recife, junto ao irmão de Bruno Pereira. Já o material de Dom Phillips foi coletado em Salvador, onde o jornalista tem residência.

As polícias Civil e Federal informaram nesta quinta-feira que encontraram “muitas amostras” de sangue na lancha de Pelado, mas não há ainda informação sequer se seriam vestígios humanos ou de animais. O delegado Alex Perez, responsável pela investigação, disse ao GLOBO que a perícia tem prazo de 30 dias para emitir o laudo. No entanto, ele acredita que o resultado da análise sairá antes.

Uma testemunha chave afirmou ter visto Pelado carregar uma espingarda e fazer um cinto de munições pouco depois que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips deixaram a comunidade de São Rafael com destino à Atalaia do Norte, na manhã do último domingo, data em que foram vistos pela última vez.

O desaparecimento da dupla foi alertado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) nesta segunda-feira. O Vale do Javari é a região com a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo.

De acordo com a narrativa da testemunha, Pelado, a quem a testemunha se referiu como “homem muito perigoso”, já vinha prometendo “acertar contas” com Bruno e afirmou que iria “trocar tiros” com ele tão logo o indigenista aparecesse no local.

Logo depois que Bruno e Phillips deixaram a comunidade, um colega de Pelado foi visto em seu barco com o motor ligado em ponto morto, à espera dele. Outra pessoa também estaria deitada na embarcação, que estava perto de onde Bruno e Phillips desapareceram.

A testemunha contou ainda que, logo mais abaixo no rio Itaquaí, Pelado foi novamente visto no barco, desta vez com mais quatro pessoas, passando em alta velocidade. Depois disso, não foi visto mais. A testemunha disse ainda que não “resta dúvidas” de que ele e os demais foram atrás da embarcação para fazer “algo de ruim” contra a dupla.

FONTE: EXTRA

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