Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE) cobrariam 25% das destinações como propina e usariam um agiota para cobranças; segundo a PF, grupo é perigoso
As investigações sobre o caso começaram em 2020, quando o prefeito de São José do Ribamar (MA), Eudes Sampaio, resolveu denunciar uma cobrança de 25% do valor de emendas que o município recebeu para a saúde.
Sampaio contou à Polícia Federal que foi procurado pelo agiota Josival Cavancanti da Silva, conhecido como Pacovan, e que ele o estaria extorquindo.
O valor total destinado era de R$ 6,7 milhões, e propina cobrada, de R$ 1,6 milhão. Pacovan é apontado pela investigação como o cobrador da associação criminosa liderada pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA).
Em 79 páginas do relatório da Polícia Federal à PGR (Procuradoria Geral da República), Pacovan aparece em diversas conversas com deputados federais, em especial, com Maranhãozinho — que, segundo a PF, é um líder do suposto esquema criminoso no Maranhão.
Em um áudio enviado pelo agiota ao deputado, Pacovan afirma que algum outro político estaria reivindicando a negociação das emendas destinadas à saúde do município e que, por isso, o prefeito Eudes Sampaio estaria se negando a pagá-los.
Afirma que “quer desmascarar esse cara” e que ele vai “pegar uma bala na cara”. Para a PF, o áudio é apenas mais uma demonstração do grau de periculosidade do grupo.
Em outro áudio de Pacovan, em junho de 2020, ele insiste que o deputado interfira na negociação dos pagamentos.
“Eu fui atrás do Homi lá do Ribamar. Tentei falar com ele. Ele disse que só senta se for contigo. Entendeu? Ele só paga se for pra você. Ele só resolve as coisas com você… E eu não posso perder, entendeu? Que é 6 milhão. Entendeu? Vai dar um milhão e meio. Que Ele tem pra me pagar. E aí, e se eu perder esse dinheiro? Se eu perder esse dinheiro? Me diz aí? Qual é minha situação? É seis milhões e pouco. Setecentos e pouco. Vai dar quase um milhão e seiscentos de devolução. Entendeu? Veja minha situação, pelo amor de Deus”, afirma o agiota no áudio.
Em uma das conversas de mensagens obtidas pela PF, após a negativa do prefeito de São José do Ribamar em pagar a propina ao grupo, o deputado Pastor Gil (PL-MA) sugere ao deputado Josimar Maranhãozinho(PL-MA) que se encontrem na casa do então prefeito do município, para conversar sobre o desentendimento.
O deputado de Maranhãozinho, no entanto, responde que “não”, pois seria “perigoso” que a visita ficasse registrada nas câmeras de monitoramento do prefeito.

Para a polícia, o grupo teria cometido diversos crimes, como associação criminosa, corrupção, estelionato e extorsão.
Os parlamentares agora serão julgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na denúncia, a PGR afirmou que existem “elementos indicadores da existência de uma verdadeira organização criminosa voltada para a compra de emendas parlamentares destinadas às ações de saúde nos municípios maranhenses”.
FONTE: R7.COM
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