Policial

PF desmantela rede de tráfico ítalo-brasileira que enviava cocaína à Europa

Investigações revelaram conexões da máfia italiana ‘Ndrangheta com o PCC; até o momento, dez suspeitos foram detidos no Brasil e na Espanha

A Polícia Federal (PF) lançou as “Operações Mafiusi” e “Conexão Paraíba”, visando a prisão de 19 indivíduos envolvidos no tráfico de cocaína com destino à Europa. As investigações revelaram conexões com a máfia italiana ‘Ndrangheta e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Até o momento, foram detidos nove suspeitos no Brasil e um na Espanha, além de serem realizadas buscas em 46 locais em diferentes estados do país. As ordens de prisão e busca foram autorizadas pela Justiça Federal do Paraná e da Paraíba, a pedido do Ministério Público. Essa ação é fruto de uma colaboração entre a PF, o Ministério Público Federal, a Receita Federal, a Procuradoria-Geral da República e a Guarda Civil Espanhola, contando ainda com o suporte da Eurojust, Europol e Interpol.

Os traficantes utilizavam rotas marítimas do Atlântico para enviar cocaína da América do Sul para a Europa, escondendo a droga em navios cargueiros e também por via aérea, com ênfase no Porto de Paranaguá.  A máfia italiana de Piemonte se beneficiava da infraestrutura brasileira para despachar grandes volumes de entorpecentes, que eram camuflados em contêineres com cerâmica e madeira, com destino ao Porto de Valência, na Espanha. Essa operação é um desdobramento da Operação Retis, que teve início em 2022 e investigou a logística do tráfico a partir do Porto de Paranaguá. A PF conseguiu identificar que os envolvidos no tráfico estavam associados a uma facção criminosa de São Paulo e à máfia italiana, que eram responsáveis pela aquisição e envio da droga.

Além do tráfico, a investigação também expôs um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 2 bilhões entre 2018 e 2022. As ações da PF visam não apenas desmantelar essa rede de tráfico, mas também recuperar os ativos financeiros relacionados ao crime. As ordens de sequestro de bens e bloqueio de contas podem alcançar um total de R$ 126 milhões, refletindo a magnitude das operações e o impacto financeiro que essas organizações criminosas geram.

FONTE: JOVEM PAN

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