Corte de US$ 32 bi se deve a otimização do portfólio de projetos e câmbio
RIO – A Petrobras anunciou nesta terça-feira que seu Conselho de Administração aprovou novos cortes nos investimentos da companhia para os próximos anos, tendo em vista a forte queda dos preços do petróleo e a valorização cambial. Segundo fato relevante ao mercado, no período 2015-2019, os investimentos totais cairão a US$ 98,4 bilhões, contra os US$ 130,3 bilhões previstos anteriormente. Ou seja, uma redução de 24,5%.
A Petrobras afirma que os ajustes são necessários para “preservar os objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas, estabelecidos no PNG 2015-2019, à luz dos novos patamares de preço do petróleo e taxa de câmbio. “
Os cortes vão atingir em cheio a produção de petróleo nacional para este e os próximos anos. Segundo a estatal, a produção prevista de 2,8 milhões de barris diários em 2020 cairá para 2,7 milhões. Já a produção para este ano ficará em 2.145 barris diários contra 2.185 barris previstos anteriormente. A produção média no ano passado foi de 2.128 mil barris por dia, 0,1% superior à meta, que era de 2.125 mil barris por dia.
No ano de 2015, os investimentos da petroleira caíram dos US$ 25 bilhões previstos para US$ 23 bilhões. Neste ano, haverá um pequeno aumento, passando dos US$ 19 bilhões previstos em outubro de 2015 para US$ 20 bilhões. No plano 2014-2018, a companhia chegou a prever investimentos de US$ 220,6 bilhões.
A Petrobras também reviu suas previsões de cotação do petróleo tipo Brent par a US 45 o barril neste ano, contra os US$ 55 previstos anteriormente. No ano passado o preço médio do Brent ficou em US$ 52 o barril. Já a taxa de câmbio neste ano deverá ficar em R$ 4,06 contra a projeção anterior que era de RR 3,80 em outubro do ano passado.
No fato relevante ao mercado, a Petrobras afirma que trabalha no aprimoramento contínuo de seu Plano de Negócios para adequá-lo rapidamente às mudanças que ocorrem no cenário mundial, destacando que a companhia está sujeita a diversos fatores de risco que impactam suas projeções, como: “mudanças de variáveis de mercado, como preço do petróleo e taxa de câmbio; operações de desinvestimentos e outras reestruturações de negócios, sujeitas às condições de mercado vigentes à época das transações; alcance das metas de produção de petróleo e gás natural, em um cenário de dificuldades com fornecedores no Brasil”.
Os investimentos previstos para a área de Exploração e Produção no período 2015-2019 agora são de US$ 80 bilhões, ou 81% do total, ante US$ 108,6 bilhões na primeira versão do plano. Já a unidade de Abastecimento deverá investir US$ 10,9 bilhões, seguida por Gás e Energia, com US$ 5,4 bilhões, e pelas demais áreas, com US$ 2,1 bilhões.
Dos recursos cortados do plano, US$ 21,2 bilhões foram devido à “otimização de projetos”, segundo a Petrobras, e US$ 10,7 bilhões devidos ao efeito cambial. “Estes ajustes visam a preservar os objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas (..) à luz dos novos patamares de preço do petróleo e taxa de câmbio”, explicou a Petrobras.
Fonte: oglobo
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