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Partido Socialista é favorito e deve se manter no poder em eleições de Portugal neste domingo

Mesmo que seu partido não conquiste maioria absoluta, primeiro-ministro António Costa não deve ter dificuldades para manter coalizão de esquerda que o colocou no cargo em 2015. Melhor crescimento desde 2000 e déficit público reduzido para 0,2% garantem favoritismo.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, não deve enfrentar dificuldades para garantir sua permanência no cargo nas eleições parlamentares deste domingo (6).

O Partido Socialista, que ele lidera, aparece como favorito nas pesquisas, com 38%, o que renderiam 104 assentos na Assembleia, de acordo com a agência de notícias RFI.

Assim, para atingir a maioria de 116 assentos que permitiria sua permanência no cargo, ele depende apenas do apoio do Bloco de Esquerda, que deve obter 17, ou do Partido Comunista Português, que provavelmente terá 16, também segundo as mais recentes pesquisas.

Atualmente, Costa governa em uma coalizão que já une esses dois partidos ao seu, e que foi apelidada de “Geringonça” no início de seu mandato, em 2015.

Apesar de uma redução na diferença das intenções de voto, o segundo colocado nas pesquisas, o Partido Social Democrata, de centro-direita, aparece com 26%. Isso deve representar uma redução na bancada de representantes de centro-direita em relação à eleição de 2015.

Fim da austeridade

A recuperação econômica do país é o principal motivo para a tranquilidade de Costa nas eleições deste domingo.

Em 2011, ele perdeu sua primeira tentativa de chegar ao cargo para representantes da direita. Na época, Portugal atravessava uma severa crise, e recebeu um resgate de 78 bilhões de euros (2011-2014) de Bruxelas e do FMI em troca de um plano drástico de austeridade, reformas e privatizações.

Após a coalizão de esquerda que os socialistas lideravam vencer a eleição de 2015, Costa e seu ministro das Finanças, Mario Centeno, definiram como prioridade o restabelecimento do poder aquisitivo e prometeram “virar a página da austeridade”, em um país onde o desemprego atingiu um pico de 17% em 2013.

Hoje, Portugal registra seu melhor crescimento desde 2000 (3,5% em 2017 e 2,4% em 2018), enquanto o desemprego caiu para níveis pré-crise (6,4% em julho) e o déficit público será reduzido para 0,2% este ano.

“Este contexto excepcional é o sonho de todo governo”, sintetiza o economista João Duque, ouvido pela agência France Presse, para quem a economia portuguesa desfrutou da situação europeia e do “boom do turismo”, que representa cerca de 10% do PIB.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, participa de evento de campanha do Partido Socialista, em Lisboa, no dia 24 de setembro — Foto: AP Photo/Armando Franca

Negociador

Advogado de 58 anos, Costa é ex-prefeito de Lisboa e considerado um excelente negociador. Em 1995, aos 34 anos, foi nomeado secretário de Estado para Assuntos Parlamentares, uma posição-chave no governo minoritário de António Guterres (atual secretário geral da ONU), antes de se tornar Ministro da Justiça em 1999.

Após um breve período no Parlamento Europeu, retornou a Portugal em 2005 como Ministro do Interior, mas deixou o governo dois anos depois para disputar a prefeitura de Lisboa, onde deu seus primeiros passos à frente de uma união da esquerda e consolidou sua popularidade.

FONTE: G1.COM

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Gomes Oliveira

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