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Partes da Austrália voltam ao lockdown devido à variante delta

A maior cidade da Austrália, Sydney, começou na noite deste sábado (26/06) um confinamento de duas semanas para combater um surto de coronavírus causado pela variante delta, considerada mais contagiosa. Os moradores poderão sair de casa apenas para tarefas essenciais, serviços médicos e exercícios. Ao menos outros quatro estados australianos também endureceram as medidas de restrição devido ao aumento de casos.

Após um lockdown ter sido decretado em quatro bairros de Sydney na sexta-feira, as autoridades estenderam a medida, no sábado, para a toda a área metropolitana e regiões vizinhas, englobando cerca de cinco milhões de pessoas.

Desde as 18h de sábado (horário local), toda a área da Grande Sydney, de Blue Mountains e as comunidades costeiras próximas estão em confinamento. A maioria dos cinco milhões de residentes da região não tem permissão para deixar a cidade desde quarta-feira para evitar que o vírus se espalhe para outras áreas.

“A variante delta está se provando um inimigo particularmente temível”, disse o ministro da Saúde do estado de Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney. 

O atual surto de coronavírus em Sydney está relacionando a um motorista que transportava tripulações de companhias aéreas do aeroporto para os hotéis de quarentena. Em duas semanas, as autoridades registraram mais de 110 casos.

“Temos que nos preparar para um número potencialmente grande de casos nos próximos dias”, alertou Gladys Berejiklian, governadora de Nova Gales do Sul.

Restrições em outros estados

Neste domingo, a Austrália registrou um dos maiores números de infecções locais neste ano, forçando, também, restrições mais rígidas em ao menos outros quatro estados. No total, foram 38 casos de diferentes variantes, 30 deles em Sydney, quatro no Território do Norte, três em Queensland e um na Austrália Ocidental.

Trata-se da primeira vez em meses que tantas regiões diferentes do país relataram novas infecções no mesmo dia.

Por essa razão, Queensland, Austrália Ocidental, Território da Capital Australiana e Austrália Meridional implementaram regras de distanciamento social mais rígidas, como a proibição de chegada de pessoas vindas de regiões afetadas e a retomada do uso obrigatório de máscara em ambientes fechados.

As quatro infecções no Território do Norte não têm relação com os casos de Sydney e se devem à contaminação inicial de um trabalhador de uma mina de ouro, que foi fechada. Devido às infecções, mais de 150 mil pessoas em Darwin e arredores iniciaram neste domingo um confinamento de 48 horas.

Após esse período, será anunciado se o bloqueio será suspenso ou estendido. São as primeiras restrições na região desde um bloqueio nacional no início da pandemia.

“Eu prefiro lamentar que tenhamos sido duros demais muito cedo, do que ser muito brando e arriscar tudo”, disse o governador do Território do Norte, Michael Gunner, em uma coletiva de imprensa.

Diante do aumento de caos na Austrália, a Nova Zelândia suspendeu no sábado, por três dias, o regulamento quepermite voos com a Austrália sem quarentena.

Vacinação lenta

A Austrália conteve amplamente as infecções pelo coronavírus com o fechamento de fronteiras e regras estritas de quarentena. No total, foram registrados oficialmente mais de 30 mil casos e 910 mortes desde o início da pandemia.

No entanto, especialistas em saúde acreditam que haverá novos surtos até que a maioria dos australianos seja vacinada. A imunização no país anda a passos lentos: cerca de 24% dos 25 milhões de habitantes da Austrália foram parcialmente vacinados e 4,6% estão completamente imunizados, de acordo com dados do site Our World in Data, da Universidade de Oxford.

Variante delta

A variante delta (antes chamada B.1.617.2 e conhecida como variante indiana) foi detectada pela primeira vez em outubro de 2020, no estado indiano de Maharashtra. Desde então se espalhou amplamente na Índia e ao redor do mundo.

Ela tem múltiplas mutações. As funções exatas de cada mutação ainda não foram investigadas cientificamente. O que se sabe até agora, entretanto, é que as mutações permitem que o vírus se ligue mais facilmente às células das pessoas e escape de algumas reações imunológicas, segundo Deepti Gurdasani, epidemiologista clínico da Universidade Queen Mary, de Londres.

FONTE: DEUTCHE WELLE

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Marcio Martins martins

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