Carlos Fernando Lima diz que delação foi mal compreendida
O procurador defende, ainda, condenações com base em indícios e diz que a decisão do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª região) de absolver João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT — que havia sido condenado a 15 anos e quatro meses pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato — é grave: “Existem provas [contra Vaccari]. Dizer que inexistem é um equívoco dos juízes. O que eles poderiam dizer é que não foram convencidos. Nossa tradição jurídica diz que indícios veementes são suficientes para condenar”.
Lima diz, ainda, que hoje a reação à Lava Jato é diferente: “É mais sofisticada, baseada na política. Na destruição das Dez Medidas [propostas da força-tarefa contra a corrupção], na tentativa de aprovar leis. Há um sufocamento econômico da Lava Jato. Não há como negar que a PF sofreu isso”.
Operação
Nesta quinta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou a 42ª fase da Operação Lava Jato. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária no Distrito Federal e nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre os detidos está Ademir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, bem como de pessoas a ele associadas, pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, dentre outros.
Segundo as investigações, o ex-presidente e pessoas próximas a ele teriam tido vantagem indevida por conta dos cargos exercidos para que a Odebrecht não fosse prejudicada em futuras contratações da Petrobras.
Em troca, o grupo teria efetuado o pagamento em espécie de ao menos R$ 3 milhões. Aparentemente, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão do então presidente do grupo.
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