Entre os alvos estão donos de oficinas que adaptavam veículos para os pegas.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil do RJ iniciaram nesta quinta-feira (28) a Operação Party is Over (a festa acabou, em tradução livre), contra um grupo suspeito de organizar corridas ilegais, os “rachas” ou “pegas”, com carros de luxo.
Equipes saíram para cumprir 24 mandados de busca e apreensão, sobretudo dos automóveis.
Até a última atualização desta reportagem, 11 carros tinham sido apreendidos, e uma pessoa tinha sido presa em flagrante: o empresário Fábio Dutra de Souza, dono de uma loja de veículos na Barra da Tijuca.
A força-tarefa encontrou na casa de Fábio armas não registradas, o que configurou posse irregular.
Somente um dos veículos retidos, um Porsche Carrera 911 GT RS3, é avaliado em R$ 2 milhões — segundo a PRF, só há nove desse modelo no país.
Entre os alvos, também estão donos de oficinas especializadas que, segundo as investigações, adaptavam os carros para os “rachas” — prática conhecida como “tunagem”. Eles foram conduzidos para a Cidade da Polícia para prestar esclarecimentos.
As alterações nos veículos “tunados” incluíam aumento da potência do motor e embelezamento.
Denúncias de “rachas” podem ser feitas através do telefone 191, da PRF.
Flagrante de manobras arriscadas por grupo suspeito de ‘pegas’ na BR-040 — Foto: Reprodução/TV Globo
Acidente chamou a atenção
As investigações começaram no dia 26 de abril, com um acidente na BR-040 (Rio-Petrópolis).
Segundo a 106ª DP (Itaipava) e a PRF, após um “racha” com 26 veículos, um dos participantes capotou com um BMW e fugiu por não possuir habilitação.O grupo também removeu o carro antes da chegada da perícia, desfazendo a cena do acidente.
De acordo com o delegado João Valentim, titular da 106ª DP, o grupo teria se encontrado às 9h do dia da competição, em um posto de gasolina na Lagoa, na Zona Sul do Rio, e seguido em comboio até o Distrito de Itaipava, em Petrópolis.
Durante o trajeto, na Serra, foram feitas disputas em alta velocidade e com realização de manobras perigosas.
Após análise de mais de 16 horas de filmagens, foi possível identificar o autor do capotamento e todos os veículos envolvidos na disputa. Ainda segundo o delegado, o apoio da Polícia Rodoviária Federal foi fundamental para a captura de filmagens e identificação dos autores.
Durante as investigações, a unidade identificou ainda um canal em uma rede social onde os envolvidos na prática criminosa postavam vídeo das competições ilegais.
A PRF afirmou ainda que as corridas ilegais aumentaram na pandemia, para aproveitar as estradas vazias.
Empresário já tinha sido preso
Fábio Dutra de Souza já havia sido preso pela Polícia Federal (PF), em 2011, por suspeita de participação em uma quadrilha de contraventores e mafiosos israelenses.
O grupo seria responsável por contrabando de pedras preciosas e importação de carros de luxo usados, prática proibida pela legislação brasileira, além de sonegação fiscal.
Segundo a PF, Fábio é sócio de Haylton Carlos Escafura — filho de José Caruzzo Escafura, o bicheiro Piruinha.
FONTE: G1.COM COM INFORMAÇÕES BOM DIA BRASIL
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