Policiais federais cumprem 89 mandados de busca e apreensão durante a 3ª fase da Operação Ptolomeu; governador foi proibido de deixar o país
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), com apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal (RFB), deflagraram na manhã desta quinta-feira (9) a Operação Ptolomeu III, que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o governo de Gladson Cameli (PP), no Acre.
De acordo com a CGU, os alvos da operação praticavam fraudes em contratações públicas no Acre com “com recursos da saúde, da educação e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), relacionadas à execução de obras de infraestrutura e serviços de manutenção predial”.
Segundo a PF, R$120 milhões em bens foram bloqueados. Aeronaves, casas e apartamentos de luxo foram apreendidos.
O governador, por sua vez, foi proibido de se ausentar do país e terá que entregar o passaporte em até 24 horas. Ele também não poderá ter contato com outros investigados no caso.
Desde as primeiras horas da manhã, mais de 300 policiais, com apoio de servidores da CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal, cumprem 89 mandados de busca e apreensão nos Estados do Acre, Piauí, Goiás, Paraná, Amazonas e Rondônia, além do Distrito Federal.
A maior parte dos mandados – 65 – é no Acre; 8 são em Goiás, 7 no Distrito Federal e 5 no Amazonas. PA, MT, PI e PR tiveram um mandado de busca realizado.
A CNN apurou que em Brasília, as buscas são em um hotel de luxo às beiras do Lago Paranoá.
Segundo a CGU, também os policiais também cumprem 21 sequestro de bens, 31 afastamentos de cargo ou função pública, 57 proibições de contato e acesso à órgão público, 57 entregas de passaportes, 70 quebras de sigilo bancário e fiscal e a suspensão da atividade econômica de 15 empresas.
A investigação tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e constitui desdobramento das fases I e II, deflagradas no ano de 2021, quando foi identificada organização criminosa, controlada por agentes políticos e empresários ligados ao Poder Executivo estadual acreano.
Segundo a PF, os servidores atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos, através da lavagem de dinheiro.
Nesta terceira fase da investigação, a Polícia Federal busca o ressarcimento de parte dos valores desviados dos cofres públicos. Nesse sentido, o STJ determinou a indisponibilidade de aproximadamente R$ 120 milhões, por meio do bloqueio de contas e sequestro de aeronaves, casas e apartamentos de luxo adquiridos como proveito dos crimes.
O STJ decretou ainda medidas cautelares diversas da prisão, dentre as quais: a suspensão do exercício da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos, o impedimento de contato entre os investigados e a proibição de se ausentar do país, com a entrega de passaportes no prazo de 24 horas.
A CGU apontou que, nesta fase da operação, as análises feitas pelo órgão em conjunto com a PF “identificaram superfaturamento e inexecução contratual em pelo menos quatro contratos com empresas da área de construção civil”.
“O Governo Estadual realizou pagamentos no valor de R$ 286.603.478,42, a partir de janeiro de 2019, em benefício das empresas envolvidas no esquema criminoso que está sendo investigado, podendo representar um prejuízo significativo aos cofres públicos”, afirmou a CGU.
A investigação indica que as empresas envolvidas usaram sócios ocultos para permitir que indivíduos com conexões a servidores públicos tivessem vantagens em contratações por parte do governo acreano.
A CNN procurou o governo do Acre e aguarda retorno.
FONTE: CNN BRASIL
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