Chefe da ONU, António Guterres, estaria ‘profundamente chocado’ após ano começar com mais de 15 mortes em protestos no país
O secretário-geral da ONU, António Guterres, se mostrou “profundamente chocado” nesta quarta-feira (11) com o número de mortes registradas nos protestos no Peru e pediu às autoridades uma investigação independente e transparente sobre as acusações de uso excessivo da força e violações de direitos.
Por meio de porta-voz, Guterres disse estar “acompanhando com preocupação” a situação no país, onde cerca de 50 pessoas morreram em violentos protestos nas últimas quatro semanas.
Segundo o porta-voz Stéphane Dujarric, o chefe das Nações Unidas “insta as autoridades a zelar pelo respeito aos direitos humanos e garantir que seja realizada uma investigação diligente, independente, imparcial e transparente sobre as acusações de uso excessivo da força e violações dos direitos humanos”.
Guterres ressaltou ainda que as manifestações têm de ser pacíficas e respeitar a vida e a propriedade privada.
O Peru viveu na segunda-feira (9) uma trágica jornada de protestos na região de Puno, onde pelo menos 17 manifestantes e um policial morreram em confrontos, elevando para 46 o número de mortos desde 11 de dezembro, quando os protestos começaram em todo o país.
Além de Guterres, vários órgãos da ONU, como a representação das Nações Unidas no Peru e o Escritório de Direitos Humanos, manifestaram preocupação com a situação no país.
Os manifestantes exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso, a antecipação das eleições gerais para 2023 e a convocação de uma Assembleia Constituinte.
Os protestos começaram timidamente em 7 de dezembro, após o fracassado autogolpe do então presidente Pedro Castillo, e ganharam força a partir do dia 11 do mesmo mês.
No Natal, foi decretada uma trégua que durou até a semana passada, quando os protestos recomeçaram, desta vez concentrados no sul do país, especialmente em Puno e no departamento vizinho de Cusco.
FONTE: AGÊNCIA EFE
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