BEIRUTE — O ataque aéreo contra um campo de refugiados na Síria poderia configurar crime de guerra, afirmou um alto funcionário da ONU nesta sexta-feira. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o bombardeio deixou ao menos 28 mortos, incluindo mulheres e crianças, e 50 feridos.
Em entrevista à BBC, Stephen O’Brien, chefe de assuntos humanitários das Nações Unidas, disse ter pedido a abertura de uma investigação sobre o bombardeio ao acampamento Kamouna, na província Idlib, próxima à fronteira com a Turquia. O Exército sírio negou qualquer responsabilidade pelo ataque.
— A suspeita cairá inicialmente sobre o governo sírio e nós queremos ter certeza de que eles, ou quem quer que seja, sejam totalmente responsabilizados por esse ato absolutamente abominável — disse O’Brien.
Localizado em área controlada pelos rebeldes, o campo de Kamouna abriga entre 1.500 e 2.000 pessoas que fugiram de combates nas vizinhas províncias de Aleppo e Hama durante o ano passado.
Imagens e vídeos que circularam pelas redes sociais mostram socorristas tentando conter o fogo entre as tendas azuis, e parte do acampamento ainda em chamas. Os Comitês de Coordenação Local — rede de ativistas da oposição — postaram fotos da tragédia em sua página no Facebook e relataram um total de 30 mortos.
O ataque provocou uma reação da comunidade internacional, com o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest dizendo que não há desculpa justificável para alvejar civis inocentes que deixaram suas casas para fugir da violência.
Earnest afirmou ainda que era muito cedo para dizer que as forças do ditador Bashar al-Assad realizaram o ataque, mas acrescentou que nenhuma aeronave dos EUA ou da coalizão que combate o Estado Islâmico (EI) estava operando na área no momento do bombardeio.
O chanceler britânico Philip Hammond, por sua vez, descreveu o ataque como “terrível” e acusou Assad desprezar o esforço internacional de trazer a paz ao país devastado pela guerra. O ataque aconteceu um dia após a extensão da cessação das hostilidades no país, acordada entre EUA e Rússia.
Fonte: extra.globo
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