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ONS vê risco para fornecimento de energia por baixo nível de reservatórios

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) enviou carta na semana passada à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) demonstrando preocupação com o abastecimento de energia elétrica no Brasil.

O documento, obtido pela TV Globo e publicado nessa 3ª feira (1º.dez.2020), aponta “dificuldade no atendimento eletroenergético, pelo menos até o final deste ano”. O motivo seria o baixo nível dos reservatórios no país.

No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável pela geração de cerca de 70% da energia consumida no Brasil, o nível dos reservatórios está em 17,72% e do subsistema Sul, em 18,25% da capacidade total.

Os dados presentes na carta foram utilizados para embasar a decisão da Aneel de autorizar a cobrança extra na conta de luz dos consumidores. Em maio, a agência havia afirmado que não haveria aumento em função da pandemia.

O ONS aponta ainda que, em outubro, a chamada Energia Natural Afluente, que mede a capacidade de geração da energia a partir da vazão de água de uma bacia para um reservatório, atingiu o mais baixo patamar dos últimos 90 anos.

“Essa situação de afluências críticas vem acarretando um acentuado esvaziamento dos principais reservatórios do SIN, através da qual é possível verificar a deterioração das condições de armazenamento dos principais reservatórios de usinas que compõem os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul”, afirmou o órgão.

BOLSONARO COMENTA “APAGÃO”

O presidente Jair Bolsonaro disse nessa 3ª (1º.dez) que o aumento na conta de luz deve-se aos “níveis baixíssimos” das represas. A declaração foi feita em resposta a um seguidor que reclamou da medida no Facebook.

Bolsonaro afirmou que, se nada for feito, o país corre risco de ter apagões. “As represas estão níveis baixíssimos. Se nada fizermos poderemos ter apagões. O período de chuvas, que deveriam começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício…… (sic)”, escreveu o presidente.

BANDEIRAS TARIFÁRIAS

A Aneel aprovou na 2ª feira (30.nov) a bandeira tarifária vermelha patamar 2 na conta de luz. A mudança representará custo extra de R$ 6,24 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. A decisão passou a valer na 3ª (1º.dez).

As bandeiras tarifárias servem para sinalizar a melhora ou piora das condições de abastecimento de energia elétrica no país. Elas são acionadas quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas está baixo.

Por causa da pandemia, a bandeira tarifária havia sido suspensa. Em maio, a Aneel acionou a bandeira verde, que não representa custo extra para o consumidor (veja infográfico abaixo).

FONTE: PODER 360

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Marcio Martins martins

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