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ONG registra 150 casos de tortura na Nicarágua e responsabiliza governo de Daniel Ortega

Coletivo de Direitos Humanos denuncia perseguição do Estado contra presos políticos 

Um relatório do Coletivo de Direitos Humanos Nicarágua Nunca Mais registrou 150 casos de tortura de 2019 a outubro de 2022 nesse país da América Central, pelos quais responsabilizou o governo do líder sandinista Daniel Ortega.

“De 2019 até hoje, o Coletivo recebeu 150 denúncias de vítimas de tortura e monitorou essa situação em relatórios anteriores do Observatório Nicaraguense contra a Tortura, demonstrando a forma sistemática como é praticada impunemente”, denunciou a organização em um relatório contra a tortura.

Segundo o Coletivo, “o governo de Daniel Ortega e Rosario Murillo mantém mais de 215 pessoas presas por motivos políticos na Nicarágua, e pelo menos 34 delas estão nas celas da Direção de Assistência Judiciária, conhecida como El Nuevo Chipote, onde violam-se os direitos mais básicos de toda pessoa privada de sua liberdade”.

No relatório, a organização destacou a prática de “tortura branca” nas prisões nicaraguenses, nas quais os chamados “presos políticos” supostamente sofrem “isolamento, confinamento solitário, escassez de alimentos, negação de materiais de leitura e falta de regularização de visitas familiares”.

Além disso, os detentos supostamente sofrem, por parte das autoridades, “falta de atendimento médico oportuno e especializado que visa erodir a condição física dos presos políticos”, alertou.

Devido à falta de condições nas celas, mais de 20 “presos políticos” estão em greve de fome desde o último dia 20 de setembro, entre eles a ex-guerrilheira dissidente sandinista Dora María Téllez, sem que até agora se conheça a real situação dela, frisou o relatório.

O Coletivo também contabilizou “pelo menos 2.175 organizações (não governamentais) canceladas arbitrariamente de 2018 até hoje”, das quais 29 eram religiosas.

“A violência e a perseguição brutal do Estado contra a Igreja Católica provocaram o exílio de pelo menos 55 padres e múltiplos processos judiciais, nos últimos dois meses”, acrescentou.

O relatório ressaltou ainda que na Nicarágua se realizam “processos judiciais arbitrários”, dos quais “juízes e magistrados têm plena consciência, que na prática suas ações são contrárias à lei, mas violam voluntariamente o devido processo legal, o que constitui o crime de prevaricação”.

Realizado no exílio pelos membros do Coletivo, o relatório enquadra-se no contexto da crise sociopolítica que a Nicarágua vive desde 2018, ano em que morreram centenas de pessoas, e que se agravou nas eleições de novembro do ano passado, quando Ortega e Murillo foram reeleitos com sete rivais presos e dois no exílio.

FONTE: AGÊNCIA EFE

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Gomes

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