Dez casos foram registrados em uma clínica da cidade de San Miguel de Tucumán – três pessoas morreram. Testes iniciais para vírus respiratórios conhecidos e outros agentes virais, bacterianos e fúngicos deram negativo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está monitorando dez casos de uma pneumonia bilateral de origem desconhecida em um hospital da província de Tucumán, na Argentina. O surto já provocou três mortes – a última vítima foi uma mulher de 70 anos que havia sido internada para uma cirurgia.
Os casos estão ligados à clínica privada Luz Médica, na cidade de San Miguel de Tucumán, no noroeste do país, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório regional da OMS.
Os primeiros pacientes apresentaram sintomas entre 18 e 22 de agosto. Na terça-feira, um relatório inicial incluiu entre os contaminados cinco profissionais de saúde e um paciente da clínica. Na quinta-feira, as autoridades de saúde locais relataram mais três casos, elevando o total para nove. Na sexta-feira (03/09), a Argentina relatou o décimo caso.
Os sintomas incluem febre, dores musculares e abdominais, diarreia e falta de ar. Vários dos pacientes tiveram pneumonia em ambos os pulmões.
Testes iniciais para vírus respiratórios conhecidos e outros agentes virais, bacterianos e fúngicos deram negativo, informou a Opas. Amostras biológicas foram enviadas à Administração Nacional de Laboratórios e Institutos de Saúde da Argentina para testes adicionais, que incluirão análise da presença de toxinas.
Segundo jornais locais da cidade de San Miguel de Tucumán, os primeiros resultados das análises enviadas ao Instituto Nacional de Microbiologia Dr. Malbrán deram positivo para a bactéria legionella. Os testes iniciais haviam dado negativo para este patógeno.
Paralelamente, especialistas analisam a água e os aparelhos de ar condicionado para identificar uma possível contaminação ou envenenamento. A Opas e a Oms estão monitorando o surto e auxiliando as autoridades locais de saúde na investigação.
O que dizem especialistas
Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, nos EUA, disse que, como os pulmões são fortemente atacados, a causa provavelmente é algo que os pacientes inalaram.
Segundo ele, “doenças misteriosas”, na maioria das vezes, podem ser explicadas por algum surto local que não tem implicações pandêmicas.
Hector Sale, presidente da faculdade de medicina da província de Tucumán, afirmou: “Não estamos lidando com uma doença que causa transmissão pessoa a pessoa”, pois não foram identificados casos entre contatos próximos de nenhum dos pacientes.
FONTE: REUTERS COM EFE E DEUTCHE WELLE
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