Resenha Politica

O Final Melancólico de Vinicius Miguel, de protagonista a um simples defensor de Célio Lopes – Resenha Politica Por Robson Oliveira

CONVENÇÃO
Léo Moraes foi o último candidato a prefeito da capital a ser homologado, no último sábado. Como era esperado nos meios políticos foi uma convenção menor que a de Mariana Carvalho, mas com um quórum razoável de pessoas, uma vez que a adversária do candidato do Podemos contou com uma lista enorme de partidos coligados e as estruturas políticas governamentais. Já Moraes, isolado pelos principais caciques da política rondoniense, mobilizou um contingente razoável de seus seguidores por convencimento político e com uma estrutura modesta de campanha.
ESQUERDA
Mesmo sendo um candidato desconhecido da maioria dos eleitores de Porto Velho, Célio Lopes, candidato dos partidos denominados de esquerda, vai à disputa com tempo de TV e Rádio razoavelmente suficiente para se mostrar a que veio. Recebeu o reforço de última hora do PSB, de Vinícius Miguel, que, por sua vez, refutou todas as investidas do pedetista para ser vice na chapa das esquerdas. Aliás, é surpresa para esta coluna Vini figurar na campanha de Lopes na condição de simples defenso, conforme saiu na mídia. É um final político melancólico para quem demonstrou nas urnas que é capaz de rivalizar com qualquer um oponente. 
INGENUIDADE
Vinícius também foi incapaz de compreender que os caciques descartam qualquer um que tenta se viabilizar de forma independente. Desde as primeiras conversas com o PT e PDT que Vinícius (PSB) estava fora dos planos das esquerdas. Foi ingênuo e inábil ao não viabilizar o projeto eleitoral fora do espectro ideológico ao qual o PSB se enquadra. Ao ficar fora destas eleições é bem possível que em 2026 perca o comando do PSB, além de perder o protagonismo. 
MASSACRE
Pelo tempo de TV e Rádio disponível para a coligação da filha de Aparício de Carvalho o massacre das produções de marketing vai ser monumental. São instrumentos de campanha poderosos para qualquer candidato, razão pela qual os adversários começam a bradar para que as emissoras façam o maior número de debates que compense o massacre do tempo de TV destinado à adversária.
ALTERNATIVAS
É óbvio que é excelente para qualquer candidato um tempo extenso de TV e Rádio para que possa apresentar as propostas de campanha aos eleitores. No entanto, desde a chegada do WhatsApp e Instagram as campanhas tomaram um novo formato midiático tão poderoso quanto das televisões abertas. São nas mídias sociais que os candidatos vão utilizar com mais veemência e força suas peças publicitárias. Isto significa deduzir que o massacre aparentemente eminente pode ser compensado com uma campanha mais proativa e reativa nessas novas ferramentas digitais. São as alternativas que a internet dispõe aos candidatos para equilibrar o pleito.
DEBATES
Os debates da Globo e da SIC TV (Record da capital) que sempre foram destaques nas campanhas, seja na audiência, seja na capacidade de edição das melhores performances dos candidatos, são os dois decisivos para os candidatos. E da SIC, feito geralmente com antecedência do primeiro turno, dá mais visibilidade ao debatedor que consegue se sobressair melhor que os demais. Quem aproveita a oportunidade pode mudar o jogo, embora não seja uma fórmula fechada e igual as que aconteceram no passado.
COGNIÇÃO
Não é nada novo um candidato limitado em argumentos e lento no raciocínio fugir destes embates de ideias para evitar gafes ou expor as próprias deficiências cognitivas. Vários já fugiram dos debates e todos que o fizeram estavam com uma vantagem nas pesquisas bem robusta. A ausência é um cálculo bem avaliado pelos comitês de campanha que levam em conta a suposta vantagem nas pesquisas com a possibilidade de perda de pontos na hipótese da ausência. É justo um candidato correr do confronto das ideias quando percebe que não está bem seguro para os embates ao vivo. Como é natural quem está atrás exigir o confronto como chance para virar o jogo. Nada fora do script das campanhas. Apesar de que nós, jornalistas, eleitores e militantes também queiramos ver os candidatos expondo suas diferenças ao defender cada proposta em mais de um debate televisionado.
LOROTA
Achar que a ausência num debate com audiência próxima a zero perde campanha é uma péssima avaliação e revela uma certa debilidade de quem assim interpreta. Mas é arriscado qualquer candidato participar de um debate quando não está seguro das propostas que defende nem capaz de sair das armadilhas que os adversários aprontam com perguntas inconvenientes para quem responde. Portanto, nesses casos específicos, fugir do embate pode ser a alternativa menos danosa. O resto é lorota.  
CACOAL
O atual prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), é franco favorito à reeleição e, não havendo nada de anormal no decorrer da campanha, tem tudo para levar a fatura com uma votação bem mais avantajada percentualmente que todos dos demais candidatos a prefeito em Rondônia. Seu adversário, ex-deputado Celso Popó, candidato do PL, é uma invenção partidária visto que reside no município há pouco tempo, depois de curtir férias por mais de quatro anos na bucólica cidade em Miami, USA. Popó é aquele cara que todo mundo gosta, mas não vota.
VIOLÊNCIA
É difícil compreender o eleitor quando um dos principais problemas sociais que afligem Rondônia é a falta de segurança pública com a proliferação das organizações criminosas, causando balbúrdia e medo à população, enquanto isso aumentam os candidatos a prefeito, vices e vereadores oriundos das forças da Segurança Pública. Exatamente de onde todos esperam mais esmero e competência no combate aos criminosos. É no mínimo uma incongruência, embora seja fato.
CRISE
Todos os órgãos ambientais e autoridades políticas sabiam antecipadamente que este ano seria o mais seco com uma crise hídrica sem precedentes. As ações para mitigar os reflexos dessa crise exigiam de todos atitudes antes do problema instalado, o que não ocorreu como esperado. Era uma crise previsível sem uma reação compatível com o problema. Os governos editaram normativas de emergência sem que ações concretas também fossem imediatamente executadas. Órgãos cartoriais sem eficiência nas ações servem apenas de cabide de emprego para políticos aparelharem. É um bom momento para se questionar a competência dos nossos representantes que ficam inertes numa crise monumental como é essa hídrica.   
MUDANÇAS
O Congresso Nacional vai analisar e votar uma mudança substancial ao Código de Processo Penal que inova a definição dos critérios que deverão ser levados em conta pelo juiz ao avaliar a periculosidade da pessoa detida por prisão preventiva. O Código de Processo Penal já possibilita a prisão preventiva com base no risco que o detido possa oferecer a pessoas e à sociedade caso seja colocado em liberdade. A inovação trazida pelo projeto é a definição de quatro critérios que deverão ser levados em conta pelo juiz para avaliar a periculosidade da pessoa detida. São eles:  modo de agir, com premeditação ou uso frequente de violência ou grave ameaça; participação em organização criminosa; natureza, quantidade e variedade de drogas, armas ou munições apreendidas; ou possibilidade de repetição de crimes, em vista da existência de outros inquéritos e ações penais em curso. 
ABSTRACISMO
O projeto que estabelece a definição de critérios pode ajudar o juiz a decidir mais rapidamente sobre a prisão preventiva e afastar questionamentos sobre a aplicação desse tipo de prisão. Ele explica que o magistrado não precisará, no entanto, se basear somente nos critérios propostos e poderá julgar com base em perigos oferecidos em cada caso concreto.    Segundo o projeto, não será possível decretar prisão preventiva com base na “gravidade abstrata do delito”, devendo o risco oferecido à ordem pública, à ordem econômica, ao processo criminal e à aplicação da lei ser demonstrado concretamente.  Atualmente o abstracismo não tem sido raro como “fundamento” nas decretações das prisões.

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