Brasil

Número de passaportes expedidos no Brasil quase dobra em 2022

Passaporte brasileiro.

Mesmo com a suspensão em novembro, a Polícia Federal registrou mais de 2 milhões de documentos; alta indica recuperação do turismo

A crise econômica interna, com inflação elevada e alta taxa de juros, não impediu a parcela privilegiada da população brasileira de retomar o hábito de viajar para o exterior. Isso é comprovado pelo aumento no número de passaportes expedidos pela Polícia Federal no ano passado, 2,3 milhões, quase o dobro dos documentos emitidos em 2021 pelo órgão, 1,2 milhão.

Esse resultado seria ainda melhor se a corporação não tivesse sido obrigada a suspender o atendimento de novos pedidos, entre novembro e dezembro do ano passado, por alegar falta de recursos para a confecção dos passaportes. 

Nos últimos dois anos, o interesse em renovar ou fazer a primeira via do passaporte aumentou de maneira proporcional ao afrouxamento das medidas restritivas relacionadas ao risco de contágio pelo coronavírus. Em março de 2020, quando foi decretada a pandemia, os postos responsáveis pela emissão desse documento suspenderam o atendimento ao público, assim como grande parte dos órgãos públicos do país. 

Outras empresas ligadas ao turismo, como hotéis e pousadas, agências de viagem, companhias aéreas e de transporte rodoviário, restaurantes, locação de automóveis, catering, bufês e demais serviços de comida preparada ficaram praticamente paradas.

No acumulado do ano, o total das atividades turísticas caiu 36,7% frente a igual período de 2019, segundo dados da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em janeiro do ano passado.  

Em 2020, a Polícia Federal emitiu 1,030 milhão de passaportes, quase um terço da quantidade de documentos expedidos no ano anterior: 2,9 milhões, resultado acima da média dos demais anos.

Evolução do volume de atividades turísticas

Em dezembro de 2020, o volume de atividades turísticas no Brasil, medido pela PMS, registrou índice negativo pelo décimo mês consecutivo, de 29,9%, na comparação com o mesmo mês de 2019. O desempenho foi puxado, principalmente, pela queda na receita das empresas que atuam no setor.

Com o avanço da vacinação e a retomada gradual das atividades, o setor de turismo cresceu 21,1% no acumulado de 2021. Só em dezembro, a alta foi de 3,5% frente ao mês anterior, a sétima taxa positiva em oito meses, o que representa um ganho acumulado de 66,7% no período. Mesmo assim, informou o IBGE, o segmento de turismo ainda se encontrava 11,4% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

No ano passado, de janeiro a novembro, o agregado especial de atividades turísticas cresceu 32%, impulsionado pelos aumentos de receita nos ramos de transporte aéreo de passageiros, restaurantes, hotéis, locação de automóveis, transporte rodoviário coletivo de passageiros e serviços de bufê. Os dados são da PMS divulgada pelo IBGE em 12 de janeiro.

A pesquisa mostra que, no acumulado do ano, o transporte de passageiros teve expansão de 31,3% frente a igual período de 2021, enquanto o de cargas avançou 15,2%. O segmento de turismo ainda está 2,5% abaixo do patamar de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 9,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

“O turismo foi uma das atividades que mais sofreram com a pandemia. Por isso, temos o compromisso de fortalecer o setor, trabalhando pela promoção dos nossos destinos, pela melhoria do ambiente de negócios e pelo fomento ao empreendedorismo e à geração de empregos”, falou a ministra do Turismo, Daniela Carneiro. 

Turismo de negócios

Levantamento feito pela Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas) mostra que as viagens corporativas cresceram 90% entre janeiro e novembro de 2022 em relação ao ano anterior.

O faturamento do setor com viagens corporativas já recuperou o patamar pé-pandemia, de acordo com dados da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas): foi movimentado R$ 1,06 bilhão em novembro de 2022, ante R$ 967 milhões no mesmo mês de 2019.  

“Hoje, seis a cada dez assentos no avião são ocupados por quem está em uma viagem corporativa. Esses profissionais que viajam a trabalho e para eventos empresariais circulam por destinos diversos ao longo de todo o ano e têm um tíquete médio maior, tanto no gasto com hospedagem quanto com alimentação”, diz Luiz Moura, conselheiro de turismo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) e diretor de negócios da Voll, agência de viagens corporativas.

Segundo Moura, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) contabilizou, no ano passado, o volume de passageiros em voos desde de 2020. Foram 82,2 milhões no mercado nacional, um aumento de 31,4% em relação a 2021 e de 81,8% frente a 2020. Nos voos internacionais, houve 15,6 milhões de passageiros, alta de 226% sobre 2021.

FONTE: R7.COM

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