Segundo fonte de segurança síria e TV libanesa, posições da Frente al-Nusra foram bombardeadas
MOSCOU — No segundo dia de ataques aéreos na Síria, aviões russos bombardearam nesta quinta-feira posições rebeldes nas província de Idlib, no Noroeste do país, e em Hama, no Centro, informou uma fonte das forças de segurança de Damasco. A TV libanesa al-Mayadeen também respaldou as informações, divulgando que 30 ataques ocorreram na cidade Jisr al-Shughour, reduto de insurgente da Frente al-Nusra, braço sírio da al-Qaeda e outros grupos islamitas como o Ahrar al-Sham.
— Quatro aviões de combate russos atacaram bases da Jaish al-Fatah em Jisr al-Shughur e em Jabal al-Jawiya (na província de Idlib) e também atacaram posições de grupos armados, bases e depósitos de armas em Hawash, na província de Hama — afirmou a fonte de segurança à AFP.
O canal de TV pró-oposição Orient News informou que os ataques russos acertaram posições rebeldes no interior de Hama. O Observatório Sírio por Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, disse que os ataques em Hama alcançaram pontos do Tajamu Alezzah, grupo rebelde apoiado pelos Estados Unidos, na quinta-feira e no dia anterior.
Segundo o jornal “The Guardian”, o número civis atingidos pelos ataques sírios nos dois dias de bombardeio chega a 40 até agora, segundo um voluntário da Defesa Civil Síria.
O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, afirmou que os ataques destruíram 12 instalações do Estado Islâmico nas últimas 24 horas, entre elas um centro de comando e um depósito de munição. Ele sustentou que o mísseis atacaram somente posições dos milicianos e não zonas civis.
O chefe da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento russo, Alexei Pushkov, equiparou os rebeldes oposicionistas sírio a terroristas na internet, segundo o “The Independent”.
“A ‘oposição moderada’ é amplamente um mito inventado pelos Estados Unidos. Os soldados não lutam contra o EI, unem-se à al-Qaeda e atiram na embaixada russa. Isso é ‘moderação'”?, questionou.
Uma autoridade militar do governo sírio declarou nesta quinta-feira que o apoio militar da Rússia seria uma “grande mudança” no curso da guerra que já dura quatro anos, particularmente pela capacidade de vigilância avançada que poderia identificar alvos insurgentes.
— Certamente haverá uma grande mudança no sentido do desenvolvimento em campo, pela virtude das tecnologias e armas avançadas do exército russo, particularmente na vigilância para identificar alvos — informou a fonte, segundo a Reuters.
EXTENSÃO DA GUERRA
Já Bashar al-Zoubi, um dos comandantes dos rebeldes sírios, afirmou que a ação russa em apoio a Assad poderia estender a guerra.
— Esses ataques aéreos vão estender a vida da guerra como primeira consequência — afirmou al-Zoubi, que chefia o Exército Yarmouk, parte da maior corrente dos rebeldes que lutam ao sul da Síria, o Exército Sírio Livre (FSA: Free Syrian Army). — Em segundo lugar, eles vão espalhar o extremismo porque quando a guerra se torna global contra o povo sírio, isso não retrai seus objetivos e haverá solo fértil para atrair combatentes estrangeiros para lutar contra os russos
Dmitry Peskov, porta-voz de Putin declarou nesta quinta-feira que as intervenções aéreas miram uma lista de organizações terroristas conhecidas e que ainda é cedo para afirmar se o presidente Vladimir Putin estava satisfeito com o resultado das medidas.
— Essas organizações são conhecidas e os alvos são escolhidos em acordo com as forças armadas da Síria — afirmou Peskov.
A Rússia iniciou as atividades militares na Síria na quarta-feira com a intenção de combater o Estado Islâmico. No entanto, autoridades americanas afirmaram que os ataques acertaram grupos rebeldes contra o regime de Bashar al-Assad em região próxima a Homs.
Fonte: oglobo
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